sábado, 31 de dezembro de 2011

Bye Bye 2011!

Em contagem decrescente para 2012...

A ver o que vou fazer dele [porque o que ele vai fazer de mim e de todos nós já foi mais do que decidido, pelos que nos (des)governam, no decorrer do ano que termina]

Para começar não está mau assim... And it goes like this:



[...] I don't give a shit [...]

[...] I don't need to try to control you
Look into my eyes and I'll own you
With the moves like Jagger
I've got the moves like Jagger
I've got the moves like Jagger [...]

Pelo sim pelo não, mais vale divertir-me um pouco hoje porque este pode ser o momento alto de despreocupação do ano.  

Aos que por aqui passam, Feliz Ano Novo!


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A Cumplicidade Revela-se...

Na capacidade de olhar-nos nos olhos e, antecipadamente, sabermos o que ansiamos fazer,
dizer sentir e, ainda assim, surpreender-nos com cada gesto, toque e palavra trocados. 
Já que esta antevisão não nos faz prever quando e como o vamos fazer.


Mantemo-nos neste jogo da certeza do olhar e da incerteza (despreocupada) das acções, pois este
constante reinventar é que nos faz ficar juntos e continuar a querer partilhar quem somos e o
que somos um para o outro.

E tudo isso faz parte do amor e da amizade.



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Counting The Days - Não Me Cansem A Beleza Que Ela Já É Pouca*

Tenho um colega de trabalho que desde que soube o meu destino de férias que mais não faz do que tentar boicotar o meu entusiasmo e descontracção.

Já tentou de tudo para ver se me deixa ansiosa ou preocupada. Todo o santo dia aborda-me para partilhar uma má experiência ou um preconceito vivido na primeira pessoa ou por terceiros seus conhecidos.

As formas preferidas de começar os seus monólogos (porque diálogos já deixaram de ser há muito, visto que de momento só oiço uma espécie de zumbido a sair da boca dele) são:

- Oh, Gira! Cuidado com...
- Oh, Gira! Só espero que não te aconteça...
- Oh Gira! A ver se não tens o mesmo azar do...


Após verificar a total ausência de reacção da minha parte, termina as suas histórias com:

- Sim, porque os alemães isso...
- Não, porque os alemães aquilo...
- Talvez, porque os alemães aqueloutro...


Como não há duas sem três e três foi a conta que o homem desfez, o terminar que nunca lhe falha nestes monólogos é:

- Pois, porque os alemães são racistas e xenófobos... (pausa dramática para garantir que conquista a minha atenção e gera alguma preocupação) Mas, oh Gira!, não te deves preocupar com a cor da tua pele porque és portuguesa e eles embirram mais com quem "vem de fora" (as aspas foram colocadas gestualmente por ele para deixar à minha inteligência ou ignorância espaço para interpretar da maneira que achar melhor).


As primeiras duas vezes que lhe saiu esta pérola deixei cair. Fingi que não percebi e respirei fundo em sinal de cansaço e resignação.

À terceira vez enchi o saco e não houve tempo sequer para ele terminar a sua lenga-lenga (já que nestas coisas não sou de desfazer contas, mas sim de à-primeira-caio-porque-não-sei, à-segunda-porque-não-aprendi e à-terceira-cairia-se-fosse-burra, algo que raramente sou).

Vai daí, tive que lhe dizer, calmamente (mas à bruta), que comportamentos e abordagens racistas/xenófobos, infelizmente, já os senti na pele, em Portugal, por esta Europa fora e nos países de quem "vem de fora". Sendo que aos conhecidos ou desconhecidos seus protagonistas, dada a sua ignorância (porque não vejo outra classificação possível a dar-lhes), atribui-lhes quase sempre a importância devida. Isto é, nenhuma.

Preocupações deste género com a minha cor de pele não as tenho (quer dizer, tento protegê-la do sol e do frio). Já lá vão 34 anos e uns meses de convívio diário com ela, o que é tempo mais do que suficiente para a ter como um dado adquirido, sem preconceitos e complexos (Ah! E espero continuar assim por mais uns largos pares de anos).

No caso do meu colega, que convive comigo a titulo exclusivamente profissional há coisa de 9 meses e não conhece nem metade da pessoa que sou, se o incómodo e preocupação que revela não estão relacionados com racismo (como ele fez questão de frisar depois de me ouvir despejar o saco), só me leva a concluir que ele está a torcer para que esta viagem me corra pessimamente ou que me tem como alguém que não sabe quem é.

E para ele ou para qualquer outra pessoa que se cruze na minha vida com preocupações da treta desta natureza, só tenho uma coisa mais a acrescentar: Se não conseguem ver-me para além deste detalhe larguem-me de mão e sigam as vossas vidas, preferencialmente longe de mim.

Eu sei perfeitamente quem sou e de onde venho, como também sei que aos olhos de pretos, brancos amarelos ou verdes apresento-me como um desafio ao nível da rotulagem padrão que cada um tem. E, felizmente, convivo com amigos e conhecidos que, tal como eu, tiveram a sorte de ter pais e familiares que lhes incutiram valores e lhes passaram uma educação suficientemente positivos para verem e estarem comigo e com os outros por aquilo que eles são e não por um pormenor físico, racial ou material.

Posto isto, vou fazer as malas porque agora é que o meu entusiasmo está ao rubro.


Está quase, quase, quase…


*Nem me tomem por estúpida que só o sou quando quero

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Gone In 60 Seconds*


* Ou Dicas de como levar a boca a 10.000 Euros e uns trocos em 3 horas de prazer**

Conheçam uma tipa numa saída à noite;

Troquem uns melos e uns amassos;

Oiçam-na queixar-se que o cartão multibanco dela não funciona (logo agora que tem umas contas para pagar);

Emprestem-lhe 400 Euros para poderem voltar aos melos e amassos (que é o que realmente interessa);

Se os 400 Euros não são suficientes, façam-lhe uma transferência bancária;

Como não percebem nada disso (só de melos e amassos), passem-lhe o vosso cartão e código para as mãos para ser mais rápido (claro está que àquela hora o multibanco não funciona, por isso, depois de duas tentativas, deixem para mais tarde);

Voltem aos melos e amassos (há que recuperar o clima tropical que o calor dos corpos criou e recuperar os minutos perdidos com as interrupções insignificantes);

Agora que voltaram a aquecer, passem o cartão novamente para as mãos da menina para nova tentativa de transferência (o código já não é preciso porque ela já o sabe);

Como é óbvio, esta tentativa também não resulta (‘malditos caixas!’, diz a menina);

Nova oportunidade para uns melos e uns amassos cada vez mais arrojados (vocês em pensamento vão dizendo, ‘benditos, benditos caixas! Isto hoje vai ser só facturar!’);

Depois de terem ido à lua e voltado umas duas vezes (no mínimo) voltam satisfeitos ao multibanco e é desta que a transferência resulta (despedem-se com promessas de ligarem no dia seguinte para mais uma noite fantástica e segue cada um para a sua vida);

No dia seguinte, vão ao multibanco ver o saldo da vossa conta, incrédulos façam uma consulta de movimentos (nesta fase não se esqueçam de gritar ‘Quatro!?!? Quatro?!?!’);

Liguem para o vosso banco para confirmar que houve erro do multibanco porque só fizeram uma transferência (vão repetindo em voz alta que não podem ser quatro de 2.500 Euros, só pode ser uma);

Entre o desligar e o não desligar da chamada lamentem-se ‘Não pode ser. Eu acredito nela. Ela não fez isso. Foi só emprestado. Ela disse que me pagava assim que tivesse o novo cartão multibanco. Ela é minha namorada. Quer dizer, pelo menos nessa noite foi.’;

Quando já não tiverem nada a dizer para vos consolar vão à vossa vida e em pensamento vão dizendo ‘malditos caixas!’;

Por seu lado quando a menina vai ao multibanco fica radiante e diz ‘benditos caixas! Isto ontem foi só facturar!'


** Se não tiverem tanto tempo nem dinheiro para dispensar ao levar a boca, podem sempre trocar três dedos de conversa com um estranho que vos aborde na rua e que se apresente como amigo do vosso genro, passar-lhe uns 120 Euros para a mão e chegarem a casa com um envelope cheio de material muito importante, mas que afinal são folhas em branco.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Brincadeiras Parvas

No burgo onde labuto, há um grupo de colegas que quando não tem nada para fazer "diverte-se" a criar anúncios para adultos e a publicá-los em sites de classificados.

Claro está que, para a brincadeira ter mais "graça", disponibilizam para contacto os números de telemóvel uns dos outros.

Por isso, a ver se me lembro que não convém, NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM, dar-lhes os meus contactos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Essencialmente, É Isto



Há uns dias descobri que os meus amigos andam preocupados comigo. Sentem-me ausente e distante quando estou com eles e, pior que tudo, não me vêem a gastar dinheiro a comprar as coisas que, normalmente, gosto*.

Sei que ando um bocadinho a leste do paraíso e com falta de vontade de me mexer, mas atribuo-o ao cansaço e à falta de paciência que de momento me invade**. Para além disso, de momento, o grupo de amigos com o qual mais me dou anda a passar por uma dinâmica meio tóxica.

Andam todos, de uma maneira ou de outra, frustrados com o rumo que áreas distintas das suas vidas andam (ou não andam) a seguir. Depois quando nos juntamos, em vez de tentarem pôr, minimamente, de lado estas frustrações, não. Trazem-nas para os nossos convívios e isso leva a que passem a maior parte do tempo a degladiarem uns com os outros quem é que está mais down e a precisar de atenção.

Claro está, que em vez de ter um par de horas descontraídas e bem passadas, em que se debatem parvoíces e assuntos mais sérios, vejo-me num campo de batalha em que todos falam mas ninguém se ouve. Já que assumem comportamentos que roçam a falta de respeito mútuo, o egoísmo, a birra e o amuo infantis***.

Assim, a pouca vontade que arranjo para estar com eles acaba por desaparecer no momento em que começam as trocas de galhardetes de "Eu estou pior do que tu", "És sempre a mesma coisa." e "Temos que fazer isto assim ou assado, senão não faço". Ao vê-los em picardias imbecis que magoam, a quererem só fazer as coisas à sua maneira e a quererem ter razão por tudo e por nada, deixa-me triste. Por isso, para não me intoxicar com estas más energias, acabo por me recolher no meu canto e deixá-los na sua conversa de surdos. E vou dizendo, sem nenhum deles me conseguir ouvir, claro!, que não percebo porque insistem em marcar encontros em grupo, já que só querem fazer as coisas à maneira deles e andar constantemente de costas voltas.

Depois alguns deles estranham quando eu digo que ando a precisar de conhecer gente nova que me faça voltar ao básico (isto é, com a qual não haja qualquer necessidade de partilha de bagagens e lixos tóxico-emocionais)****, porque esta nossa família disfuncional anda a dar comigo em louca.



* Está visto que sempre fui uma consumista fervorosa e nunca me tinha dado conta
** Ainda não tive direito a gozar nem um  dia de férias. Mas já faltou mais para isso
*** Ao ponto de se esquecerem que as respostas a um convite são um simples "Sim, obrigada." 
ou "Não, obrigada", não o "Não podia ser uma coisa/sitio melhor?", "A escolha é péssima.", "Programinha chatoooo!!!"
**** Muito sinceramente, acho que, a eles, isso também iria fazer bem, para voltarem a ter os pés mais assentes na terra e deixarem de andar às voltas dos seus umbigos


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Li Por Aí...


(Diz o gato ao cão)

Não há humano que admita que está apaixonado.
Preferem fazer de conta que está tudo bem e que não há problema nenhum.
Já te expliquei isso uma vez, o outro nunca deve saber como o amamos.
Isso é uma regra não expressa, mas que todos respeitam. Senão estás tramado.*


Franke Scheunemann, Cão Procura Príncipe Encantado Para Dona Espectacular



* Aceito que, inicialmente, haja alguma reserva, e até mesmo receio, em mostrar o que se sente. Mas se passarmos a vida toda a esconder os sentimentos que temos pelos outros como poderemos viver uma relação verdadeiramente?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Conversa Entre Amigos Em Noite de Copos


Amigo - Sabes? Estou a precisar de umas noites de sexo puro.

Eu - Percebo-te. Às vezes também acho que preciso disso.

Amigo - Tudo sem compromisso. Meia dúzia ou dúzia e meia de cambalhotas e, depois, amigos amigos, gostei muito deste bocadinho...

Eu - Principalmente porque foi curto.

(Gargalhada geral)

Amigo - Hoje ao jantar estive quase a propor à N uma cambalhota destas.

Eu - E não fizeste porquê?

Amigo - Pois não sei. Ao fim de 3 copos de vinho pensei: 'devo estar a alucinar com o álcool'.

Eu - Toldados pelo álcool estas propostas fazem e deixam de fazer sentido no mesmo instante. (sorri-lhe)

Amigo - hum, hum...

Eu - Mas se ainda estás a pensar nisso devias ir propor-lhe isso.

Amigo - Eh pá! De momento estou com preguiça de me levantar. O álcool já começa a pesar.

Eu - Ok. Eu sei perfeitamente que enquanto não deitar este copo abaixo e não tiver sede de outro não me levanto daqui, mesmo já sentido o cú completamente quadrado. A noite está óptima e o álcool está a correr livremente pelo sangue. É só curtir!

Amigo - Wiiiiiiiiiiiiiiii! Estamos bem, nós.

Eu - Sim, estamos. É isso que se quer de uma noite entre amigos.

(E desmanchamo-nos a rir)

Amigo - Sim. Agora voltando à conversa e tu?

Eu - Eu o quê?

Amigo - Não estás a precisar de umas cambalhotas?

Eu - Se calhar estou, mas assim que tenho este pensamento, vem logo outro a seguir: estou mas é a precisar de uma coisa mais na onda do afecto adolescente que, para além de, alimentar sensações também alimente sentimentos.

Amigo - Pois...

Eu - Mas mais do que isso, preciso de conhecer pessoas novas, de estimular a descoberta e de uma noite salseira para matar as saudades de dançar.

Amigo - Nisso não te posso ajudar. Não tenho ninguém, de momento, que te possa apresentar e salsa, já sabes, não é a minha onda.

Eu - Ya.Tenho que ser eu a socializar.

Amigo - Sim. Agora vou ver se me levanto que tenho que ir à casinha.

Eu - Boa sorte!

Amigo - Precisas de um refill?

Eu - Ainda vou a meio, pá!

Amigo - Ok! Volto já.

O amigo voltou, assim como esta e outras conversas. O spot ao meu lado esteve bastante concorrido e eu, entre um gole de bebida e uma baforada nos cigarros que ia cravando, fui alimentando conversas pela noite fora (ora a dois, ora a três, ora a quatro. Quer amigos quer desconhecidos).

domingo, 4 de setembro de 2011

Pequenas Confissões




1- Todas as noites quando vou dormir dou a mim mesma um beijo de boa noite e desejo-me uma noite feliz.

2- Quando passo um bom momento com alguém, ao despedir-me, agradeço com um "Gostei muito deste bocadinho... Principalmente porque fui curto."


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nunca Mais É Sábado?


Ansiosa para ver como ela vai ser ao vivo.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

34

O que mudou de ontem para hoje?


O calendário indica que estou um ano mais velha.
E eu insisto em me apresentar no meu melhor para o receber.
Este ano e mais todos os outros que ainda estão para vir.



Penso que não é pedir muito.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Expresso Dos Agarrados

É o nome de baptismo que dei ao autocarro da Carris que apanho todos os dias para ir e voltar do trabalho.

Isso porque muitas das pessoas que nele circulam são toxicodependentes de última linha que estão a caminho ou no regresso do 'Mercado Abastecedor' que mostra quão baixo pode chegar a condição humana.

Não me choca que andem por aí aos caídos a consumir (foi a opção de vida que fizeram). Choca-me, sim, o empenho que usam nesta destruição e ver como é que mesmo nesta miséria de vida há quem 'goze' com outros que estão no mesmo ou, no máximo dos máximos, meio degrau abaixo da sua condição.


No 'Mercado Abastecedor' tudo serve para fazer negócio e conseguir ganhar uns trocos (que nem sempre são dinheiro) para a próxima dose de qualidade para lá de duvidosa, já que deve estar a passar, no mínimo, pela décima mão e estar bem traçada.

O que vejo e oiço é deplorável.

No 'Mercado Abastecedor', quando o autocarro pára, vejo-os degladiarem-se pelo best-spot onde conseguem ver quem chega e ficar com mais negócio, assim como, avistar a Bófia quando ela ainda vem longe; Vejo-os regatearem preços do rolo de alumínio necessário para preparar o 'caldo', o qual guardam debaixo do braço com mais empenho do que aquele que dedicam à própria vida.

Na viagem de autocarro que partilhamos, oiço-os em calorosas discussões moralistas sobre a qualidade duvidosa das doses que X e Y vendem, as quais, ao que parece, não deviam sequer ser usadas para desentupir canos; oiço-os vangloriarem-se dos anos que têm 'investidos' nesta 'amiga' que lhes vai ceifando os modos, a inteligência, a liberdade e a vida sempre sem darem conta.

Todos os dias nesta viagem, o mesmo pensamento invade o meu espírito: O corpo humano, de facto, é fascinante. E é de tal modo combativo que vai mostrando, diariamente, ao idiota pensante (e daí talvez não) que o maltrata com excessiva violência destrutiva, o ponto de degradação a que o conseguem levar: Muito mais baixo e fundo do que o idiota julgou ser o seu limite.

Pena mesmo, é esta resistência humana ser usada para a destruição. Acho que se houvesse tamanho empenho na construção teríamos uma vida muito mais positiva e geradora de uma melhor herança para os que hão-de vir.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Do Dia Para A Noite

Quando o dia cede o seu lugar à noite, num instante em que parece que o tempo abranda ao ponto de quase não dar pela sua passagem, aprecio a paisagem.


E ao mesmo tempo que sinto o cansaço acumulado do trabalho a cair sobre o meu corpo, as preocupações que nele jaziam libertam-se. Já que neste preciso instante há a certeza de que o dia que se segue será melhor*.



*Nem que seja por saber que é um dia de descanso :)


domingo, 3 de julho de 2011

Andei Eu A Pensar Se...



... seria uma boa, mais logo, subir a rua e voltar a ver este senhor ao vivo, passados que estão 11 anos desde o último concerto que assisti (na extinta Praça Sony)


Quando descubro que afinal ele não vem devido a problemas de saúde. É uma pena...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Filha Minha Só É Mãe Casada*

O que mais me impressionou nesta notícia não foi a miúda estar grávida do chimpanzé, mas o facto de o pai achar que o correcto é os dois casarem.



*Será que é para não passar pela 'vergonha' de ser mãe solteira?

sábado, 25 de junho de 2011

O Amor Aos 6 Anos

Aos 6 anos o meu sobrinho está feliz, porque anda perdido de amores pela 'Mariana' que é a namorada dele. Também anda perdido de amores pela 'Catarina' que, claro está, também é namorada dele.

Ah! E como não há duas sem três, ainda tem amor suficiente para dar à 'Marta', que não é namorada dele, mas é com quem vai casar.

Quando questionado pela Avó como é que consegue amar e namorar tantas meninas ao mesmo tempo, respondeu com o orgulho e a total convicção de uma criança - que sabe tudo, ao mesmo tempo que ainda está a aprender tudo:

"Oh Avó! Tu não percebes nada. Não vez que eu sou novo e tenho que aproveitar. Tenho que dar muitos beijinhos e miminhos."

O que lhe estava a deixar preocupado era como casar com a 'Marta'. Mas esta preocupação desvaneceu-se, quando descobriu que ía ao casamento do meu Tio. O bouquet era a solução.

Ele andava tão feliz, tão feliz, mas tão feliz por ter encontrado a solução perfeita, que andava numa ansiedade tremenda. Só queria que chegasse sábado para ver o meu Tio casar. Tinha que aprender como se faz e tinha que apanhar o bouquet da noiva para, assim, na segunda-feira casar com a 'Marta'. Lógico, não?

O que ele não contava é que o bouquet não fosse lançado.

Quando no início do copo-de-água viu os noivos fazerem uma saída estratégica, que envolveu o INEM, assim como todos os presentes, entrou em pânico.

Ao contrário dos crescidos, que estavam preocupados com o meu Tio que se sentiu mal (os 73 anos de vida e a experiência de um casamento anterior não foram suficientes para aguentar o fervilhar de emoções que este momento traz), ele só se preocupava com o bouquet.

Quando se apercebeu que o meu Tio estava a ser levado para o hospital, desiludido, perguntou quase num sussurro “Porquê?” Ao ouvir a resposta “Para ver como o coração está a bater”, respirou fundo de alívio e com toda a confiança respondeu num tom mais alto: “eles vão levá-lo para ver como o coração está a bater porquê? Ele casou-se, portanto o coração está a bater rápido.”

Com esta pequena intervenção, conseguiu aliviar a tensão que se vivia, arrancar uma gargalhada geral e, no final, conseguiu uma flor do bouquet para na segunda-feira oferecer à ‘Marta’ para se casarem.

Assim se demonstra que o amor pode chegar até nós a qualquer idade, seja aos 6 ou aos 73.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Devaneios Alheios - As Portas Do Amor

O amor existe, eu sei.

Por várias vezes já o vi bater à porta. Mas na porta dos outros, não na minha.
Curiosa com esta situação, resolvi mudar de porta. Pelo menos uma, duas, três vezes... Não sei bem.

Pensando bem, mais vezes até, porque perdi as contas à minha mudança. Não fosse o amor ser mais esquivo do que já se revelava, não descartei nenhuma hipótese de mudança.


Mudei para uma porta à frente, para uma porta atrás, para várias portas à frente e várias portas atrás. Também mudei para uma e várias portas ao lado, quer ao lado direito quer ao lado esquerdo.

Em toda esta minha mudança continuei a ver o amor a bater à porta, sempre dos outros. No meu caso nunca houve sucesso.

Com isso, só posso concluir que o raio do amor anda sempre uma porta à frente, uma porta atrás ou uma porta ao lado da minha e não fui feita para o amor. Isso, ou não somos nós que procuramos o amor é ele que nos encontra e temos apenas que estar atentos para lhe abrir a porta.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Frases Nicola...

Se a noite de hoje fosse uma frase Nicola seria:


"Uma noite, enquanto espero pelo autocarro no regresso a casa 
depois de um dia interminável de trabalho,
vou ver um carro parar e perguntar quanto é que levo...
Hoje (claro está) foi a noite!*"



*Trabalhar numa zona nobre de Lisboa onde se vê todo o tipo de prostituição
faz-nos, sem querer, participar em filmes desconfortavelmente estranhos.
Muitas vezes pergunto como tenho paciência para estas vidas paralelas.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Reflexos...

... Do pôr-do-sol, que à hora de jantar acompanha-me e permite-me abstrair da barafunda e do stress que, nas últimas semanas, fazem parte das minhas tardes/noites de trabalho e me fazem sair do sério.


... Quando, ociosamente, acendo o cigarro que o corpo pede, fazendo uma pausa na leitura de mais uma página do livro (passageiro frequente na minha mala), deixo o meu olhar prender-se nas cores quentes que a paisagem de final do dia vai mostrando, ao mesmo tempo que deixo a minha mente vaguear livremente nos seus pensamentos sem nexo.


... Dos dias maus deixo-me tocar pelo que de melhor posso tirar deles: ontem foi mesmo o pôr-do-sol*.




*Felizmente, já só falta mais o dia de hoje para gozar uma merecida folga

sábado, 7 de maio de 2011

Enquanto deixo o meu corpo expressar-se livremente em movimentos que seguem o ritmo envolvente da música:


A minha mente vai fazendo surgir, em flashes, imagens de momentos que se descrevem assim:

Finais de tarde, a trás de finais de tarde…



… vividos em palcos ao ar livre…



… onde há sempre conversas perdidas entre amigos, petiscos e xiripitis.


O tempo pode não querer ajudar a dar cor a estes prazeres, mas o meu corpo e a minha cabeça querem. Por isso, vou juntar os amigos num pequeno grande convívio para puxar pelo tempo…

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Li Por Aí...


O desejo é um jogo. Pode-se jogá-lo como uma nuance subtil ou como um flirt flagrante.*


Emma Wildes, Lições de Sedução


* E tanto de uma como de outra forma dá um enorme prazer jogá-lo.
Digo eu que que pouco ou nada sei sobre isso :)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Li Por Aí...



Os homens necessitam de quatro coisa: 
comida, um tecto, vagina e uma vagina estranha. (...)
É claro que estou a ser irónica; não suporto homens infiéis
que utilizam o imperativo biológico como desculpa.*


Marian Keyes, O Homem Encantador


* De facto, a precisarem seguir por este caminho, há 'desculpas' melhores

sábado, 30 de abril de 2011

Do Casamento Real...

.... Que juro que não vi (simplesmente porque não quis)*, mas que acabei por acompanhar assim:


[Amiga] · 10:50
Alô,
Estás a ver o casamento?
[Eu] · 10:50
Olá, olá,
Não, não estou, porquê?
[Amiga] · 10:50
Nada,
Estava só a perguntar
:-P
[Eu] · 10:51
Não faz parte dos meus planos para o dia de hoje
[Amiga] · 10:51
:-)
Eu há falta de melhor, cá estou
:-P
[Eu] · 10:52
São opções.
Hoje, julgo que meio mundo está ruído de inveja de quem não trabalha
[Amiga] · 10:53
Eu não :-S
Mas pronto
Ainda acredito em contos de fadas e gosto de ver estas coisas.
[Eu] · 10:53
...
[Amiga] · 10:57
Está tudo bem amiga?

Ao fim de 7 minutos de conversa, não foi mau ter-se lembrado de perguntar como estou e eu aproveitei para ir à minha vidinha.






A [Amiga]** bateu o recorde das actualizações de estado. Em duas horas colocou 15 entradas referentes ao casamento, que vão desde a comunicação que o vai ver na TV; Que gosta disto e que não gosta daquilo (a parte fashion da coisa); Que está comovida; Que é o casamento do século até vir a ocorrer o dela; Que derramou umas lágrimas; Que os votos dos noivos são palavras lindas; Que é romântico a noiva não saber onde vai passar a lua-de-mel; Que agora estão a jurar fidelidade e que traduzem o hino. Claro está, que quase todas estas actualizações tiveram pelo menos 10 comentários, quase ao segundo de quem via e de quem não via a cerimónia.

Os que não viram acabaram quase todos por publicar uma entrada do género: Será que sou o único que não está minimamente interessado em ver o casamento real?, havendo quem com esta actualização tivesse batido o recorde dos comentários.

Mas a entrada que mereceu o meu 'Like' foi a que não teve nenhum comentário e saiu directamente do:












Como a vida não é só tecnologias, ainda tive a senhora minha mãe*** a partilhar comigo ao vivo e a cores as peripécias do casório:

- Os comentadores da SIC (a Júlia e a Ana) não se calaram durante a cerimónia e só falavam em suposições de protocolo. Disseram que a noiva ainda não sabe acenar e que a mãe da noiva deveria ter levado umas luvas, senão vestidas pelo menos nas mãos. Ah! e também estiveram a mostrar os copos que iam ser usados e a falar do serviço de loiça.

- A TVI mandou o Goucha para Londres não sei muito bem para fazer o quê, mas também não gosto do programa dele.

- Na RTP o D. Duarte estava a comentar juntamente com o J. R. dos Santos quiseram fazer a coisa com ar de noticiário, mas a voz do D. Duarte deu-me sono e acabei por adormecer e não fazer a tempo e horas o que tinha planeado.

*-*-*-*-*

*Deve ter sido pelo meu desdém para com a cerimónia real que perdi o casaco e apanhei uma molha, 
que me deixou como um pinto e a bater o dente de frio,  quase quase a chegar a casa.
Agora, vou para a banheira a ver se aqueço e me livro de todo este mel real
que mel deixou bastante nauseada e, a modos que, pegajosa.
 
**Definitivamente, é totalmente desocupada e anda à procura do que fazer.
Com muita pena minha, está sempre a ir aos locais errados.

***Merecidamente desocupada, após muitos e longos anos
a contribuir arduamente para a economia deste país.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lisboa, Um Quotidiano

Os galos cantam anunciando o nascer de um novo dia. Do meio do Cruzeiro, no início da freguesia da Ajuda, ouve-se o ecoar dos sinos que, do alto da Igreja da Boa-Hora, tocam em compasso cadente as seis horas. Mais um dia começa cheio de sol parecendo Primavera, mas a temperatura baixa e a ausência das aves migratórias recorda às mentes mais distraídas que o Inverno ainda está para ficar.

Da janela da cozinha oiço, enquanto olho a paisagem que se estende à minha volta, ao longe, muito ao longe, os barcos no Tejo a assinalarem a sua presença e, um pouco mais ao alto, um leve som do comboio a passar pela ponte.

Na rua andam descontraídas as senhoras que, ainda de pijama e robe vestidos, de chinelos calçado e cabelo desgrenhado, vão à padaria comprar pão fresco para o pequeno almoço.

Por volta das oito, ganho coragem para enfrentar um novo dia e saio de casa para a universidade. Na rua vêem-se já algumas pessoas apressadas para o trabalho e outras ainda a levarem os mais novos à escola. Muitos deles, coitados, ainda meio ensonados quase que vão arrastados pelo caminho.

Por entre passeios de terra, herança de uma outra época de antigas quintas, das quais apenas resta o velho portão e algumas pequenas hortas ainda hoje tratadas por alguns vizinhos, e outros já ladrilhados, caminho para a paragem do autocarro. Pelo caminho passam por mim algumas pessoas num caminhar apressado e pesado e um grupo de crianças que vai para a escola num grande reboliço, atropelando-se mutuamente ao tentarem todas elas contar em simultâneo as suas aventuras. Toda esta energia contrasta com o meu caminhar sereno, despreocupado e preguiçoso, que é apenas uma forma que encontrei para não me deixar envadir logo pela manhã pelo stress da vida da cidade.

Quando chego à paragem já uma fila de pessoas se forma, são sempre as mesmas caras, mas nunca ninguém se fala, e da esquina um pouco mais à frente vem um forte aroma a café e pão quente que aquece por breves instantes a manhã fria. O autocarro passa, mas mesmo tendo pressa prefiro esperar pelo eléctrico, que tem um ritmo inverso ao da cidade a esta hora e que permite uma viagem menos atribulada e acidentada.

Do lado esquerdo para quem vem de Alcântara, encontram-se as intermináveis filas de carros que caracterizam o pára/arranca do trânsito em Lisboa e a zona do comércio de dia. Do lado oposto, a linha de comboio separa a cidade do rio, da actividade ribeirinha e da zona dos grandes armazéns, muitos deles transformados em locais de diversão nocturna, dando muita cor à noite de Lisboa e transformando-a numa outra cidade.

Vejo passar a zona residencial e as antigas zonas industrial e comercial de Alcântara e por entre inúmeras obras que se estendem pelo caminho, erguendo novos e modernos edifícios e construíndo novas e amplas avenidas, vislumbro os deslumbrantes edifícios antigos, como o imponente Museu das Janelas Verdes, e alguns prédios de dois a três andares que, apesar de desgastados pelo tempo, ainda conseguem encantar pela sua arquitectura e cores alegres.

Ao chegar ao fim da viagem, apesar de não passar pelo mercado mais conhecido de Lisboa, 'A Ribeira', sinto no ar a azáfama dos vendedores que durante anos a fio fazem do mercado a sua segunda casa e dele tentam tirar o seu sustento, sem nunca parecerem desanimar.

No final da tarde, com a cidade mais calma e no regresso a casa, entrevêem-se nas ruas os rostos cansados, que um sorriso amarelo mal consegue disfarçar, e o trocar de face da cidade que, como uma mulher, parece ganhar vida e força para se vestir de luz e cor, entrando na noite para arrasar.

Todo este mundo fica para trás quando chego a casa e oiço, nos seus latidos e mios noctívagos, os cães e os gatos do bairro e, à porta de casa, já sinto o cheiro do jantar pronto a ir para a mesa. Nesta altura, chega, pelo menos para mim, o fim de um dia de Lisboa.


Escrito num dia esquecido no final de 1999 ou inícios de 2000.
Seja como for, foi no século passado. 


sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Viagem de Autocarro

Os casalinhos no autocarro.

Nada de novo para quem já teve a infelicidade de fazer uma viagem de Almada Lisboa, com acidente antes de entrar na Ponte 25 de Abril, 30º à sombra e um casal tão, mas
tão, tão apaixonado que quando cheguei a casa, após 1 hora de tortura, tive que tomar banho para me recompor, não do cansaço de mais um dia, não do calor abrasador que se fazia sentir, mas devido ao cheiro e ao som ainda a ecoar nos meus ouvidos de tanta troca de fluído salival (só de escrever já me voltei a sentir assim... a modos que... a precisar de novo banho).

Pronto, eu paro de criar imagens mentais desagradáveis na cabecinha dos outros e na minha e vou directa à minha aventura.

Os phones e a leitura fazem parte integrante das minhas viagens de autocarro, por isso não é preciso contextualizar o que estava a fazer. Se calhar é melhor.

Pronto. Estou eu, num dia de folga no início da semana (daquelas semanas que começam bem, porque no fim de semana não se trabalhou e também ainda faltam mais 2 dias para voltar ao trabalho), a curtir a minha música e embrenhada na minha leitura numa viagem de autocarro, quando, entre o fim de uma música e o início de outra, que coincidiu com um virar de página do livro, oiço uma voz feminina naquele estilo bilu bilu bilu (isto é, em tom de quem está a falar com uma criança, mas acha que ela não a apercebe porque tem algum problema auditivo ou mesmo que é de compreensão lenta) a perguntar a alguém:
- Atão bebé, o que temos neta barriguinha boa qu'eu góto tanto? - Assustador, eu sei.
- 3 pastéis de nata. 2 sandes de queijo. Eeeeeee... 2 latas de coca-cola. - diz uma voz masculina, em tom confiante, que demonstra um sorriso de orelha a orelha de tanto orgulho por tamanho feito.
- Hummmmmmm, nham nham... - diz a voz feminina enquanto lhe faz cafuné na barriga e lhe empanturra de beijos ensurdecedoramente audíveis.


Escusado será dizer que nesta altura da conversa estava desejosa de ver quem eram os actores de tamanha bizarria amorosa que me deixou um tamanho mau estar e só a pensar que precisava de um banho urgente.

domingo, 17 de abril de 2011

Imagine

Conheci-a assim:


Por acaso, redescobri-a assim:



E depois, deram-ma a ouvir assim:


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conversa Séria...

… que se seguiu depois disto:


“Sabes, deixei de existir sem ele, deixei de sentir.
Não sou boa companhia para ninguém.
Não me sinto perdida, porque só sou eu quando estou com ele.
Sinto que não vivo nem sobrevivo, apenas deixo-me estar 
como a sombra que aguarda o movimento do seu dono
para ganhar vida.”


- Quando sentimos que dependemos dos outros para sermos nós mesmo e seguir em frente acontece este não existir, este não sentir.

- Sabes, acho que é mais fácil desligar o botão do sentir do que voltar a ligá-lo quando finalmente achamos que o queremos fazer. Cada vez mais acredito que o botão do ‘on’ não fica na mesma posição do botão do ‘off’. Ou então acabei por perder o jeito para sentir.

- Perdeste o jeito? Ou de momento não te dá jeito encontrá-lo?

- Talvez possa ser um pouco dos dois. Mais de um do que de outro. Não sei. Não quero saber de momento.

- Por um momento pensei que fosses buscar o teu célebre ‘não me apetece’.

- Ir buscar o meu ‘não me apetece’ seria óbvio demais.

- Talvez para quem te conheça fosse óbvio demais. Mas não achas que está na hora de largar a tua zona de conforto e seguir em frente?

- Muito se fala em área de conforto. Em sair da área de conforto e seguir em frente. Será que já não segui em frente quando encontrei um equilíbrio em que me sinto bem?

- Encontrar um novo equilíbrio é bom, mas utilizar este novo equilíbrio para não deixar desenvolver outros sentimentos em nós acho que já não é tão positivo.

- Talvez sim, talvez não… Mas como sabes as coisas para acontecerem temos de ser nós a querer. Por muito que tenhamos o mundo todo contra nós, ainda temos de ser nós a querer não ir contra o mundo.

- Falas de ritmos. Cada um tem o seu. Eu sei. Devemos respeitar isso mas de quando em vez gostamos de dar um empurrãozinho quando vemos e sabemos que as coisas podem ir um pouco mais rápido.

- Chegaste aonde eu queria. Respeitar o outro, o ritmo do outro e a vontade do outro. É só isso que se quer. Sei perfeitamente que dá para acelerar as coisas, mas não o faço porque não quero. Porque sinto a pressão que me colocam todos os dias. E como sou do contra e ainda sei o que quero da vida, faço o que quero e sinto ser o melhor para mim.

- Aceito, mas mesmo assim acho que já podias ter passado da teoria à prática. Olhar mais para ti. Usar a tua sabedoria para fazeres algo mais por ti. Usares a tua determinação para ires mais além. Vejo como estás sempre pronta para ajudar a resolver as crises dos outros, sempre de peito aberto para enfrentares os moinhos de vento que não te pertencem, esquecendo-te de ti. Deixando o teu sentir para um segundo plano. É só por isso que preferia ver-te acelerar um pouco mais o teu ritmo.

- Tanto elogio?!?!?... Brincadeirinha… Percebo onde queres chegar, mas de momento sinto-me melhor a abrir os horizontes aos outros do que a abrir os meus. Até acho que  tentando fazer isso aos outros vou aprendendo um pouco mais sobre mim. Percebo que a capacidade de dar sem nada pedir ainda existe.

-Mas pensavas que tinhas perdido a capacidade de dar? Acho que esta é uma das tuas qualidades que consegues manter intacta.

- Às vezes acho que esqueço-me quando e como a devo usar.

- Será uma questão de saber? Ou uma questão de quereres deixar-te levar?

- Será…

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Porque Não? (Reeditado)

Porque, hoje, mais uma vez fui 'tentada' com o passado, voltei a desenterrar este pequeno discurso interno, de 2009. Dois anos volvidos, a ter calhado ouvir tocar e atender o telemóvel a minha resposta ao teu convite seria a mesma:

"A recordação que guardo de ti é a que surge sempre quando fecho os olhos e num exercício premeditado viajo ao passado. Não preciso de fotos, não me socorro de cartas de amor trocadas, apenas concentro-me nas imagens quase reais que a minha memória projecta.

Por um momento volto a sentir-te, volto a tocar-te, volto a cheirar-te e volto a ouvir-te.

Como um trailler que guarda as melhores cenas de um filme, revejo a nossa história, revivo-a com a mesma intensidade que a primeira vez traz. Reconstruo os nossos melhores momentos e quando consigo vislumbrar o ser perfeito que arrebatou o meu coração e que com um simples sorriso revolucionou os meus sentimentos, sem qualquer intenção, congelo a imagem. Percebo que é esta a recordação que continuo a querer guardar de ti.

Neste instante abro os olhos e sorrio. E continuo firme na minha recusa de te rever.

Porque o que houve entre nós foi bom. De ti só quero guardar a imagem filtrada do olhar apaixonado."

Como uma SMS não dá para muito, tudo reduziu-se a um: 'Olá. Muito obrigada pelo convite, mas não vai dar. Longe vai este tempo. Bj'

Can't Take My Eyes Off You

Conheci-a assim:


Por acaso redescobri-a assim:


E depois deram-ma a ouvir assim:

sábado, 2 de abril de 2011

Só Eu?

Tenho uma amiga que tomou a liberdade de dar os meus contactos de email e telemóvel a um 'frenchie' que ela conheceu numa das suas muitas viagens por este mundo fora através do Couch Surfing. Claro está, que nem se lembrou de perguntar, antecipadamente, se eu me importava com isso*.

E lembrou-se de dar os meus contactos porque:

- O 'frenchie' enviou-lhe um pedido de couch;
- Ela não o pôde aceitar, pois há uns meses que deixou este nosso belo país à beira mar plantado para ingressar numa aventura de descoberta profissional além-fronteiras;
- O 'frenchie' foi um bom 'coucher' quando a recebeu;
- Ela não quis deixar o menino agarrado, já que ele vinha em visita de estudo (o pobre coitado anda a tirar um Master em Vinhos que o vai 'obrigar' a viajar por 22 países produtores e consumidores do néctar de Baco até Agosto);
- Acima de tudo, segundo ela "o 'frenchie'  é agradável à vista e ao intelecto" e "pronto, tiravas umas lascas, afinal não é todos os dias que se apanham uns charmosos entendidos em vinhos e cultos :P a dar sopa por aí né!"**

Como é óbvio, o 'frenchie' lá entrou em contacto comigo, não para couch (que não tem nada a ver comigo) mas para combinar um 'xiripiti' que à última hora transformou-se num jantar de  quatro quase perfeitos desconhecidos.


 Então, a nós juntaram-se o 'pseudo-coucher' que acolheu o 'frenchie' em Lisboa - americano radicado em Lisboa há um par de anos que para variar ainda não fala nada de português (tirando pedir comida e bebidas, mas pelo menos prefere a  maionese ao ketchup) - e a 'Córsega' - que também foi louca o suficiente para se mudar para Lisboa, mas que pelo menos já domina o português).

O jantar fez-se acompanhar por uma mistura de conversas e gargalhadas, em português, inglês, francês, 'portucês' e 'franglês'.

Portanto, deu para gozarmos com o master do 'frenchie', com as diferenças entre americanos, franceses e portugueses, com o significado do mignon do filé e também debater a finalidade do Couch Surfing (que como disse o 'pseudo-coucher' é uma modernice que só o 'frenchie' pratica). Sendo que, enquanto aguardávamos pela conta, eu e a ´Córsega' estivemos a ensinar algum calão ao 'frenchie': "Bué fixe!" e "Tásse?" "Tásse bem." para ele não estar a usar o brasileiro 'legau'.


Só posso dizer que, apesar da minha resistência inicial em ir jantar, acabei por me divertir... And at the end of the night I felt quite drunk!***


* A sorte dela é que ela é "A Amiga" (mesmo que desvairada e inconsequente)
** Apesar de culto e charmoso é como o couch Surfing, não tem nada a ver comigo
*** Resta saber se por causa do excesso de álcool ou da salganhada de línguas faladas

quinta-feira, 31 de março de 2011

Apeteces-me

TI RI RU, TI RI RU.

Acabei de receber uma sms. Após ter chegado do trabalho, o telemóvel foi atirado algures para o meio da desordem que caracteriza o meu quarto e apesar de o ouvir, não o vejo. A preguiça impede-me de procurá-lo de imediato e, mais ainda, de ver quem acaba de me 'mensajar'. Se for algo de urgente ligam-me, pensei. E continuei a fazer o que tinha sido interrompido, nada.

Sou perita a fazer nada. Sou perita a chegar a casa, a atirar as chaves, o telemóvel, o casaco e a mala para o primeiro canto que me salta à vista e a sentar-me calmamente no sofá, que ocupa quase metade do espaço livre do meu quarto, a olhar para o ontem. Nada me prende o olhar, nada me prende o pensamento. É pura abstracção do real.

Perco-me por um tempo indeterminável e quase interminável. Quando termino este afazer nem olho para o relógio para ver se o tempo que passou foi muito ou pouco. Aliás, o tempo é simplesmente um acessório, o que é relevante é fazer nada.

Com a mesma velocidade com que me sento levanto-me, procurando o indispensável para o banho relaxante. Pelo caminho vou libertando o meu corpo das roupas que relembram que houve um dia de trabalho. Chego à casa de banho e, enquanto aguardo que a água escalde, lembro-me que me esqueci de algo. Acontece sempre deixar algo para trás.

Regresso ao quarto e enquanto procuro o algo que já não recordo, encontro o telemóvel. No visor lê-se: RECEBIDA 1 MENSAGEM.

Ainda penso se vale a pena saber o seu conteúdo. Deixo-me de preguiças e leio: APETECES-ME. Não é preciso mais para ver o meu rosto sorrir e sentir o desejo aflorar no meu corpo. Tomo o meu banho e no final troco o pijama de seda pela peça de roupa que me surge mais à mão. Visto o casaco, calço os sapatos, procuro as chaves da casa e do carro, pego no telemóvel e desço as escadas a correr.

Em poucos minutos estou à tua porta. E antes de sair do carro envio-te uma sms: APETEÇO-TE COMO?

TI RI RU, TI RI RU.

AO NATURAL, respondes, acrescentando, de imediato: AINDA DEMORAS MUITO?

Gosto de te fazer esperar, aguçar o teu desejo, fazer crescer a tua expectativa. Será que vem, será que não vem? Em resposta digo: ISTO ESTÁ COMPLICADO, SÓ AGORA VOU SAIR DO TRABALHO NÃO DEMORO MENOS DO QUE 30 MIN.

TI RI RU, TI RI RU.

VEM RÁPIDO ESTOU CHEIO DE IDEIAS. Não respondo, olho para o espelho retrovisor e ajeito o cabelo. Guardo o telemóvel na mala, abro a porta, saio e tranco o carro. Ainda paro em frente ao vidro espelhado do prédio ao lado e contemplo o meu reflexo.

Aproveito que um vizinho está de saída e seguro a porta antes de fechar. Subo os três lances de escada e troco o tocar da campainha pelo bater à porta. Do lado de dentro oiço passos e num tom mal abafado de desagrado: MAS QUEM SERÁ A ESTA HORA? Abres a porta sem ver quem surge e isso é o que menos te preocupa. O QUE QUER?, lanças num tom pouco cordial.

De costas para não me veres digo apenas: APETECES-ME...

domingo, 20 de março de 2011

Everybody Hurts

Conheci-a assim:



Por acaso, redescobri-a assim:



E depois, deram-ma a ouvir assim:

quarta-feira, 16 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Li Por Aí...


O que se passa com as mentiras que contamos aos nossos pais 
é que elas são necessárias para os proteger. É para o bem deles. *



Sophie Kinsella, Uma Rapariga dos Anos 20


* Será que é mesmo isso?
Ou o que muitas vezes queremos é evitar possíveis observações discordantes

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Billie Jean

Conheci-a assim:




Por acaso, redescobri-a assim:




E depois deram-ma a ouvir assim:


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Para Quem Não Conhece...

Um 2 em 1...


Isso porque não há uma sem duas, nem duas sem três

Para Quem Não Conhece...

Apresento-vos a Disneylandia...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Xô Doutor Tenho Uma Dôr

Fractura do cóccix e de uma vértebra como consequência de uma queda por desmaio, diagnosticado (por médico do Serviço de Assistência Médica privado) dois dias após o acontecido e passagem pelos Urgências de um Hospital Público.


Tudo porque o médico* do Serviço de Urgências apenas conseguiu ver - após um 'boa tarde, sente-se') - uma subida súbita da tensão arterial e hematomas na região lombar que deveriam ser tratados com alimentação mais cuidada e analgésico - seguido de um 'boa tarde, próóóóximo?'


* Andamos nós a pagar, indirectamente, o ordenado a pessoal
que apenas revela incompetência e muita, muita,
falta de tacto para lidar com o outro.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Soa Estranho...

Principalmente para os distraídos que ficam pelas gordas ou
para aqueles que, como eu, têm vista curta...


... Mas é uma boa provocação, sem dúvida.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Marca do Fim-de-semana...

Queda aparatosa no meio da estrada quando o eléctrico vem a passar.


Rescaldo: ritmo cardíaco descompassado devido ao susto, nódoas negras para dar e vender (pé direito - 1; perna direita - 2; braço direito - perdia a conta, mas sem dúvida mais de 4; braço esquerdo - 2) joelho esfolado e dores nas costas. Coisa pouca, portanto!

Felizmente, houve também coisas boas para minimizar o trauma: banho de sol para a fotossíntese e dois dedos de conversa, a antecipar as tardes de Verão;


Jantar organizado às três pancadas por achar que pegar no ano novo chinês e na tradição festiva cigana é pretexto mais do que suficiente para juntar velhos e novos amigos, só porque tinha vontade de estar com eles;


Dia de domingo inteiro na cama a repor energias, a apaparicar-me e a deliciar-me, com um grande sorriso nos lábios, com a minha mestria de não fazer absolutamente nada. Pena, mesmo, só as dores da PDQ (Prostituta Da Queda).