sábado, 25 de junho de 2011

O Amor Aos 6 Anos

Aos 6 anos o meu sobrinho está feliz, porque anda perdido de amores pela 'Mariana' que é a namorada dele. Também anda perdido de amores pela 'Catarina' que, claro está, também é namorada dele.

Ah! E como não há duas sem três, ainda tem amor suficiente para dar à 'Marta', que não é namorada dele, mas é com quem vai casar.

Quando questionado pela Avó como é que consegue amar e namorar tantas meninas ao mesmo tempo, respondeu com o orgulho e a total convicção de uma criança - que sabe tudo, ao mesmo tempo que ainda está a aprender tudo:

"Oh Avó! Tu não percebes nada. Não vez que eu sou novo e tenho que aproveitar. Tenho que dar muitos beijinhos e miminhos."

O que lhe estava a deixar preocupado era como casar com a 'Marta'. Mas esta preocupação desvaneceu-se, quando descobriu que ía ao casamento do meu Tio. O bouquet era a solução.

Ele andava tão feliz, tão feliz, mas tão feliz por ter encontrado a solução perfeita, que andava numa ansiedade tremenda. Só queria que chegasse sábado para ver o meu Tio casar. Tinha que aprender como se faz e tinha que apanhar o bouquet da noiva para, assim, na segunda-feira casar com a 'Marta'. Lógico, não?

O que ele não contava é que o bouquet não fosse lançado.

Quando no início do copo-de-água viu os noivos fazerem uma saída estratégica, que envolveu o INEM, assim como todos os presentes, entrou em pânico.

Ao contrário dos crescidos, que estavam preocupados com o meu Tio que se sentiu mal (os 73 anos de vida e a experiência de um casamento anterior não foram suficientes para aguentar o fervilhar de emoções que este momento traz), ele só se preocupava com o bouquet.

Quando se apercebeu que o meu Tio estava a ser levado para o hospital, desiludido, perguntou quase num sussurro “Porquê?” Ao ouvir a resposta “Para ver como o coração está a bater”, respirou fundo de alívio e com toda a confiança respondeu num tom mais alto: “eles vão levá-lo para ver como o coração está a bater porquê? Ele casou-se, portanto o coração está a bater rápido.”

Com esta pequena intervenção, conseguiu aliviar a tensão que se vivia, arrancar uma gargalhada geral e, no final, conseguiu uma flor do bouquet para na segunda-feira oferecer à ‘Marta’ para se casarem.

Assim se demonstra que o amor pode chegar até nós a qualquer idade, seja aos 6 ou aos 73.

4 comentários:

  1. Bem, com um tio a casar aos 73 e um sobrinho perdido de amores aos 6, realmente torna-se fácil acreditar em tudo.:-)

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  2. Adorei! :)

    As crianças com a sua inocência acabam por nos ensinar mais do que imaginamos. Para eles é tudo muito linear e básico, tudo tem uma resposta e solução rápida. Pena que à medida que crescemos vamos complicando tudo. Os adultos não são mais do que péssimas crianças.

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  3. O amor é simples e cabe em qualquer coração :)
    Beijinho,
    Sofia

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  4. Ana:

    A minha família é assim, temos aqueles que encontram o amor de forma precoce e depois há os outros que é já numa fase madura. Por isso, a esperança existe sempre.

    Martini:

    Pois é isso, com o meu sobrinho ando sempre a incentivar estes devaneios, sempre que ele não tem uma solução para as coisas ou não encontra aquela que ele quer vou-lhe dando ideias, já que sou uma grande idiota :D

    Sofia:

    Com esta curta intervenção disseste tudo :)

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