É o nome de baptismo que dei ao autocarro da Carris que apanho todos os dias para ir e voltar do trabalho.
Isso porque muitas das pessoas que nele circulam são toxicodependentes de última linha que estão a caminho ou no regresso do 'Mercado Abastecedor' que mostra quão baixo pode chegar a condição humana.
Não me choca que andem por aí aos caídos a consumir (foi a opção de vida que fizeram). Choca-me, sim, o empenho que usam nesta destruição e ver como é que mesmo nesta miséria de vida há quem 'goze' com outros que estão no mesmo ou, no máximo dos máximos, meio degrau abaixo da sua condição.
No 'Mercado Abastecedor' tudo serve para fazer negócio e conseguir ganhar uns trocos (que nem sempre são dinheiro) para a próxima dose de qualidade para lá de duvidosa, já que deve estar a passar, no mínimo, pela décima mão e estar bem traçada.
O que vejo e oiço é deplorável.
No 'Mercado Abastecedor', quando o autocarro pára, vejo-os degladiarem-se pelo best-spot onde conseguem ver quem chega e ficar com mais negócio, assim como, avistar a Bófia quando ela ainda vem longe; Vejo-os regatearem preços do rolo de alumínio necessário para preparar o 'caldo', o qual guardam debaixo do braço com mais empenho do que aquele que dedicam à própria vida.
Na viagem de autocarro que partilhamos, oiço-os em calorosas discussões moralistas sobre a qualidade duvidosa das doses que X e Y vendem, as quais, ao que parece, não deviam sequer ser usadas para desentupir canos; oiço-os vangloriarem-se dos anos que têm 'investidos' nesta 'amiga' que lhes vai ceifando os modos, a inteligência, a liberdade e a vida sempre sem darem conta.
Todos os dias nesta viagem, o mesmo pensamento invade o meu espírito: O corpo humano, de facto, é fascinante. E é de tal modo combativo que vai mostrando, diariamente, ao idiota pensante (e daí talvez não) que o maltrata com excessiva violência destrutiva, o ponto de degradação a que o conseguem levar: Muito mais baixo e fundo do que o idiota julgou ser o seu limite.
Pena mesmo, é esta resistência humana ser usada para a destruição. Acho que se houvesse tamanho empenho na construção teríamos uma vida muito mais positiva e geradora de uma melhor herança para os que hão-de vir.
Isso porque muitas das pessoas que nele circulam são toxicodependentes de última linha que estão a caminho ou no regresso do 'Mercado Abastecedor' que mostra quão baixo pode chegar a condição humana.
Não me choca que andem por aí aos caídos a consumir (foi a opção de vida que fizeram). Choca-me, sim, o empenho que usam nesta destruição e ver como é que mesmo nesta miséria de vida há quem 'goze' com outros que estão no mesmo ou, no máximo dos máximos, meio degrau abaixo da sua condição.
No 'Mercado Abastecedor' tudo serve para fazer negócio e conseguir ganhar uns trocos (que nem sempre são dinheiro) para a próxima dose de qualidade para lá de duvidosa, já que deve estar a passar, no mínimo, pela décima mão e estar bem traçada.
O que vejo e oiço é deplorável.
No 'Mercado Abastecedor', quando o autocarro pára, vejo-os degladiarem-se pelo best-spot onde conseguem ver quem chega e ficar com mais negócio, assim como, avistar a Bófia quando ela ainda vem longe; Vejo-os regatearem preços do rolo de alumínio necessário para preparar o 'caldo', o qual guardam debaixo do braço com mais empenho do que aquele que dedicam à própria vida.
Na viagem de autocarro que partilhamos, oiço-os em calorosas discussões moralistas sobre a qualidade duvidosa das doses que X e Y vendem, as quais, ao que parece, não deviam sequer ser usadas para desentupir canos; oiço-os vangloriarem-se dos anos que têm 'investidos' nesta 'amiga' que lhes vai ceifando os modos, a inteligência, a liberdade e a vida sempre sem darem conta.
Todos os dias nesta viagem, o mesmo pensamento invade o meu espírito: O corpo humano, de facto, é fascinante. E é de tal modo combativo que vai mostrando, diariamente, ao idiota pensante (e daí talvez não) que o maltrata com excessiva violência destrutiva, o ponto de degradação a que o conseguem levar: Muito mais baixo e fundo do que o idiota julgou ser o seu limite.
Pena mesmo, é esta resistência humana ser usada para a destruição. Acho que se houvesse tamanho empenho na construção teríamos uma vida muito mais positiva e geradora de uma melhor herança para os que hão-de vir.
São de facto opções de vida. Cada um, mais fraco ou mais forte, opta por seguir esse modo de vida...e deixam-se envolver de tal forma, que se alheiam um pouco do que os rodeia, e tornam essa a sua realidade diária, a sua vida. É triste e lamentável.
ResponderEliminarEu também me questiono o quanto o nosso organismo é forte para conseguir resistir a tanto aditivo, como por exemplo o tabaco, o alcool, as drogas, etc. Mas no geral não tenho pena de toxicodependentes, porque tal como dizes e com razão, destruir parece cómodo e irreversível mas construir todos acham dificil.
ResponderEliminarNão conheço essa carreira mas não gostaria de frequentá-la.
Sem dúvida, acho o empenho dos "agarrados" algo que toca o sobrenatural. Faz-me pensar nos caminhos paralelos que a vida pode tomar.
ResponderEliminarBeijinho da seguidora 29 ;)