Porque, hoje, mais uma vez fui 'tentada' com o passado, voltei a desenterrar este pequeno discurso interno, de 2009. Dois anos volvidos, a ter calhado ouvir tocar e atender o telemóvel a minha resposta ao teu convite seria a mesma:
"A recordação que guardo de ti é a que surge sempre quando fecho os olhos e num exercício premeditado viajo ao passado. Não preciso de fotos, não me socorro de cartas de amor trocadas, apenas concentro-me nas imagens quase reais que a minha memória projecta.
Por um momento volto a sentir-te, volto a tocar-te, volto a cheirar-te e volto a ouvir-te.
Como um trailler que guarda as melhores cenas de um filme, revejo a nossa história, revivo-a com a mesma intensidade que a primeira vez traz. Reconstruo os nossos melhores momentos e quando consigo vislumbrar o ser perfeito que arrebatou o meu coração e que com um simples sorriso revolucionou os meus sentimentos, sem qualquer intenção, congelo a imagem. Percebo que é esta a recordação que continuo a querer guardar de ti.
Neste instante abro os olhos e sorrio. E continuo firme na minha recusa de te rever.
Porque o que houve entre nós foi bom. De ti só quero guardar a imagem filtrada do olhar apaixonado."
Por um momento volto a sentir-te, volto a tocar-te, volto a cheirar-te e volto a ouvir-te.
Como um trailler que guarda as melhores cenas de um filme, revejo a nossa história, revivo-a com a mesma intensidade que a primeira vez traz. Reconstruo os nossos melhores momentos e quando consigo vislumbrar o ser perfeito que arrebatou o meu coração e que com um simples sorriso revolucionou os meus sentimentos, sem qualquer intenção, congelo a imagem. Percebo que é esta a recordação que continuo a querer guardar de ti.
Neste instante abro os olhos e sorrio. E continuo firme na minha recusa de te rever.
Porque o que houve entre nós foi bom. De ti só quero guardar a imagem filtrada do olhar apaixonado."
Como uma SMS não dá para muito, tudo reduziu-se a um: 'Olá. Muito obrigada pelo convite, mas não vai dar. Longe vai este tempo. Bj'
Muito bem. Acho que poucos comentários se podem fazer acerca disto...
ResponderEliminarPor vezes, o melhor mesmo é não voltar a mexer em nada. Que fique tudo como ficou.
ResponderEliminar:-)
Isso faz-me pensar em situações minhas também. Uma ainda muito fresca. Questiono-mo o porquê de muitas pessoas procurarem alguem do passado, quando este teoricamente já deveria estar encerrado. Será que é por saberem que o outro/a está livre? Será porque ficou alguma coisa para dizer/fazer? Será por saudade? Por desespero? Por outra chance?
ResponderEliminarMantiveste a frieza... :)
Tendo em conta o que foi a relação, aquilo que trouxe, que levou e que deixou gravado na memoria, bem como o (muito) tempo que já passou desde que terminou prefiro mesmo guardar a imagem filtrada da paixão.
ResponderEliminarSó ela permite-nos ver o outro como um ser perfeito. Para além de que as boas recordações, sempre que revividas na nossa memória, enchem-nos de boa energia e 'obrigam-nos' a sorrir.
Martini,
ResponderEliminarQuanto às questões que colocas a resposta positiva a todas elas pode ser aplicada e julgo que quem assim age demonstra duas características humanas que tentamos combater mas que nem sempre com sucesso. Por um lado demonstra egoísmo, por outro lado demonstra falta de auto-estima ou auto-confiança.
Egoísmo porque não deixa o outro seguir em frente porque ela também não o está a conseguir fazer, sendo que vê o estar só como o expoente máximo de não o conseguir fazer.
Falta de auto-estima ou auto-confiança porque não viver com a consequência que o fim de uma relação traz, que é o afastamento e outra forma de estar com outro.
Aqui, a minha decisão não tem a ver com frieza mas sim com aquilo que quero preservar do que foi a relação :)
E achas que um novo take dessa relação não te iria trazer isso de volta com a vantagem de ser algo real e não algo que agora é só parte da memória?
ResponderEliminarO que houve na relação foi bom, mas as memórias que guardo dela, nesta fase da minha vida, é que são perfeitas ;)
ResponderEliminarA mágoa de como o fim chegou, do próprio fim e do pós-fim foi apaziguada, o medo de que não voltaria a conseguir viver os sentimentos que senti foi vencido (embora ainda não tenha vingado, pois ainda percorro a fase de tentativa-erro rumo ao encontro de quem consiga descompassar o músculo que me bate no peito e que sinta que eu fui capaz de fazer o mesmo ao seu).
Assim, quando a saudade/nostalgia do que vivi teima em bater à porta a imagem que me invade a memória é sempre aquela que ficou do meu olhar apaixonado: o ser perfeito que arrebatou o meu coração e que com um simples sorriso revolucionou os meus sentimentos, sem qualquer intenção.
Quanto a novos takes, fazem parte dos filmes não deste contínuo ininterrupto que é a vida. Acho que a nossa teimosia em querer reviver/refazer (melhor, achamos nós) as coisas vem do demasiado tempo que passamos em frente à tela.
Sem darmos conta as técnicas cinematográficas do flashback, do take 1-acção-corta-volta a repetir a cena que ficou mal-take 2-acção-corta-ficou melhor mas vamos fazer novamente para ver se fica perfeito-take 3-acção-corta-acho que ficou perfeito a ver se após edição e pós-edição fica perfeito, sem falar na possibilidade das extra-scenes para a versão DVD, saíram do imaginário e invadiram o dia-a-dia de muita gente perdida por este mundo fora.
O que leva a que uma grande percentagem ande constantemente a tentar 'filmografar' a vida, principalmente no campo das relações.
Não digo que não haja casos em que a reconciliação seja possível, mas julgo que nestes casos o corte inicial não tem carácter definitivo (não tem por base o regredir, estagnar ou até mesmo extinguir do sentimento). Poderá estar mais ligado ao preciso de espaço, isto está a ir demasiado depressa ou a impossibilidades de conciliar horários. Quando assim é, basta haver uma alteração positiva de um destes elementos para que haja um continuar (a intimidade existente nunca se quebrou).
Quando envolve o fim ou esbater de sentimentos, bem como, o achar que se irá conseguir alguém que lhe dê/faça dar um sentimento melhor, mas enquanto este alguém não cai ao colo vamos recomeçando a ver se afinal este alguém és tu, julgo que por mais take que acrescente e mais cena que se acrescente no fim só vai ficar um amargo de boca.
E aqui o que se recorda é só mais um corta-ficou péssimo-fazemos uma pausa que o orçamento de sentimentos por ti já esgotou-entretanto vai ver se fazes O Filme da tua vida ou pelo menos te entreténs com outros que façam render algum para, caso queiramos e a vida para isso nos trouxer, façamos mais uns takes-eu vou fazer isso.
Neste caso no primeiro take só cai porque não sabia, no segundo take só cai porque não aprendeu. A partir do terceiro take cai só porque quer ou, então, porque é burro.
A meu ver enquanto grande parte das pessoas não perceber que uma relação não é um filme com um realizador-protagonista, mas sim com dois co-realizadores-co-protagonistas que têm a mesma cota parte de importância no seu desenrolar, haverá sempre uma caça paranóica para se refazer constantemente o take que achamos péssimo de acordo com aquilo que o seu realizador-protagonista acha que é perfeito, já que a outra parte faz parte do cenário, por isso, pode ser recolacada/descatarda/substituída.
Estar nos filmes dos outros, quando se pode viver como co-protagonista/realizador nos filmes dos outros ou no nosso próprio filme (quando estamos sós), não me parece que deve ser a primeira escolha.
UFA! Cansei-me :D
Olha o que eu perdi?! :)
ResponderEliminarNada a apontar. Dito dessa maneira nada mais me resta senão concordar, porque ser parte dos ideias/filme dos outros é como o sermos uma cobaia numa qualquer experiência e depois de ler isto, creio que muito boa gente é cobaia ou apenas parte no filme do outro e ainda não sabe...
Só tu para me pores a escrever comentários maiores que os textos. Mas pelo menos percebes-te qualquer coisa do que foi escrito :)
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