terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Pérola de Natal Lá No Burgo

Entre uma pausa para café e outra para cigarro. Há alguém que se lembra do doce preferido do Natal e partilha com o ar mais inicente de quem está 100% convicta do que diz:

"Do que eu gosto mesmo dos doces de Natal são os Coscolhões."

Escusado será dizer que depois disso mais ninguém conseguiu chamar os ditos pelo nome correcto.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

GRINCH

Lá no burgo, barra, espelunca onde eu trabalho, coleguinhas e chefes acham que só por ser Natal, devemos estar todos imbuidos do tal Espírito Natalício. Daí alguém ter tido uma ideia tão infeliz, mas tão infeliz que, claro está, agradou de imediato ao chefinho.

Como ideia que é infeliz e que agrada o chefinho, deve ser partilhada com toda a gente. Lá vai disso.

Chefinho - Pessoal Esta semana quero todos a trabalhar com um gorro de Pai Natal.

Euzinha fiquei incrédula com tamanho absurdo, ao contrário de todos os outros que gostam de fazer figuras triste no trabalho só para agradar ao chefinho, claro está que não consegui resistir e ficar calada.

Euzinha - Desculpa?!?!? Gorro? Porquê um gorro?
Chefinho - Porque é Natal!
Euzinha - Não uso gorros e muito menos gorros temáticos.
Chefinho - Então trazes um acessório qualquer alusivo ao Natal.
Euzinha - Também não uso acessórios.
Chefinho - Mas qualquer mulher usa acessórios. Não me digas que a seguir vais dizer que não és gaja?
Euzinha - Até sou, só que não uso gorros nem acessórios alusivos ao Natal.
Chefinho - És sempre a mesma coisa. Mas qual é o teu problema agora, posso saber?
Euzinha - Sim claro que sim. O meu problema é mesmo o Natal.
Chefinho - O Natal? Como assim?
Euzinha - Chefinho na minha Religião não se comemora o Natal.

Neste momento toda a gente olhou para mim e depois para Chefinho que ficou tão, mas tão, tão atrapalhado que perdeu o pio.
E eu a controlar-me para não explodir e cair redonda no chão de tanta vontade de me rir do ar dele.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Andar Sobre as Águas Não é Para Todos

Três homens andaram sobre as águas em toda a história da Humanidade:

-O primeiro foi Cristo.

-O segundo foi Pedro.

-O terceiro foi Ivangivaldo Democratas.


Mas, quem é o Ivangivaldo?? - perguntam vocês


É o tipo da foto abaixo!







Romantismo na 3ª Idade

Um casal de velhinhos está deitado na cama. A mulher, não satisfeita com a distância que há entre eles, começa a lembrar-se do tempo em que eram jovens. Entre uma e outra recordação desabafa:

- Quando éramos jovens, costumavas segurar a minha mão na cama.

O marido hesita e depois de um breve momento estica o braço e segura a mão da mulher. Ela não se dá por satisfeita e acrescente:

- Quando éramos jovens também costumavas ficar bem pertinho de mim.

Uma hesitação mais prolongada agora e finalmente, um pouco remungão, o marido vira o corpo com dificuldade e aconchega-se perto dela da melhor maneira possível. Ainda insatisfeita solta um último desabafo:

- Quando éramos jovens na tua ousadia, costumavas morder a minha orelha.

O marido dá um longo suspiro, atira o lençol para o lado e salta da cama.

Ela sente-se ofendida e grita:

- ONDE É QUE VAIS?

- Onde é que vou?!?!? Buscar a dentadura, Velha chata!!!

...


- A senhora aceita um uisque?


- Não posso. Faz-me mal às pernas...


- As suas pernas incham?


- Não. Abrem-se...

domingo, 2 de novembro de 2008

Pergunta Parva

Como terminar um fim-de-semana 5 estrelas em Beleza (ou não)?

Fazer um lache ajantarado de batatas fritas com maionese e nem duas horitas depois começar a sentir que as mesmas deixaram na boca um travo esquisito a chamuças de há 2 semanas.

AIIIIIIIII! Estou que nem posso!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Are you british in bed?

Para rir um bocado e pensar em massagens...

Ao que parece eu não sou. Sou apenas pr'aí 86% Italiana na cama, dedicada à massagem sensual e para mim:

"Making love is a religious experience!
Passion is everything. Merely holding hands with your loved one can move you to tears
and you periodically set fire to your bed after sex as a sacrifice to the Gods of Love."


E vocês de que terra são? (basta um click sobre imagem para descobrir)


domingo, 26 de outubro de 2008

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Encontro Romântico na Era da Mulher Artificial

- Olá! Conta-me...Como correu o teu encontro na outra noite?

- Horrível! Não sei o que se passou!

- Porquê?... Não te deu nem um beijo?

- Sim!!!...Beijou-me tão forte! E mordeu-me os lábios com tanta força que pensei que me ia saltar o implante de colagénio!... Depois começou a acariciar-me o cabelo e soltaram-se algumas extensões que tinha.

- Não me digas que terminou aí?

- Nãooo...!! Depois agarrou-me a cara entre as mãos, até que tive que lhe pedir para parar porque estava a espalhar o botox! Além disso, as minhas pestanas postiças ficaram coladas no nariz dele.

- E não tentou mais nada?

- Sim...começou a fazer-me festas nas pernas. Tive que o travar porque me lembrei que não tinha tido tempo de fazer a depilação, e ao tentar pará-lo, saltaram-me duas unhas postiças. Depois deu-lhe um ataque de luxúria arrebatador e abraçou-me com tanta força que quase mudou a forma dos meus implantes de silicone.

- E depois o que aconteceu?

- Pôs-se a beber champanhe do meu sapato!

- Ai...que romântico!!!

- Romântico?...quase que morre ali mesmo!

- Porquê?

- Porque engoliu o corrector de joanetes e quase que sofocou!

- E depois, o que aconteceu?

- Acreditas que se foi embora???

- Cá para mim, era maricas!...


(Só podia. Eu nem quero imaginar a versão dele)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Da Amizade

Hoje, a jantar com um amigo cheguei à brilhante conclusão que há amizades que são como os Morangos Com Açúcar.

No final da temporada há personagens que ficam, outras que são substituídas, outras que se transformam e outras ainda que se revelam.

É quase como dizer que no seu final feliz do viveram felizes para sempre, os bons são compensados da pior maneira e os maus castigados da melhor.

Essa é que é essa.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Da Rotina



P. Gira diz:
há que aproveitar estes dias de fim de verão para desanuviar a carola

Amiga diz:
siiiiiii
mesmo
a rotina quina qualquer um


P. Gira diz:
temos é que nos habituar a ela, não como um mal necessário,
mas como um factor comum a toda a existência (lol)
profundo, não?!?!?!?


Amiga diz:
sim
leste num livro? :P


P. Gira diz:
talvez sim, talvez não :P

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sinais

Passei por aqui pois achei já estar preparada para escrever alguma coisa de jeito, mesmo ao meu estílo sem conteúdo ou sem interesse. Enfim...

Depois de teclar e apagar, teclar e apagar, teclar e apagar, passei para o coçar a nuca em sinal de protesto, o segurar a cabeça em sinal de preocupação e o esfregar os olhos em sinal de desespero.

Com tantos sinais, concluí que de facto é melhor deixar aqui a casa de luz apagada, sem gastos supérfluos de energia.

Quem sabe se depois das férias, que estão a tardar a chegar (nunca mais chegamos a meados de Outubro), haja uma nova luz.

terça-feira, 15 de julho de 2008

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Não é Defeito é...



Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos:
não os sentimos, eles só incomodam os outros.



quarta-feira, 28 de maio de 2008

Summer Trends 2008 by São Pedro

Agora que as férias estão a chegar e eu até estou a pensar fazer algo diferente: do género sol e mar, ou seja, sopas e descanso. Resolvi pesquisar sobre o que o São Pedro anda a tramar para o Verão de 2008.

Maravilha, das maravilhas, descobri uma edição celestial com um artigo , escrito pelo próprio guardião das questões metrológicas, sobre o que está In & Out este Verão.

De acordo com o artigo, São Pedro reuniu os seus conselheiros directos e juntos partiram à aventura pelo fascinante mundo da Moda, participando nas Semanas da Moda mais conceituadas: Paris, Milão e etc e tal.

Ao que parece a equipa de São Pedro ficou baralhada como que viu e andou a tentar convencer quem passava que os modelos na passerelle estavam mal vestidos para a época: ora demasiado vestidos, para a Primavera/Verão, ora demasiado despidos, para o Outono/Inverno.

Mesmo tendo recebido explicações sobre a importância da antecipação de colecções, as marcas precisarem de tempo para produzir em massa para que na estação seguinte as lojas tenham roupa quentinha ou fresquinha para o pessoal usar, a equipa continuou a não perceber.

Achando que os nossos guros da moda nunca vão conseguir acertar as colecções às Estações, São Pedro decidiu dar uma mãozinha e acertar as Estações às colecções.

Claro está que acabou por meter o pé na poça, o idiota do São Pedro.
Não é que estabeleceu como Tendências IN a porcaria que se vê aqui em baixo?!?!


E como Tendências OUT isto?!?!?

Já lhe liguei umas quantas vezes, meio a implorar, meio a ameaçar, para dizer que nesta fase o que queremos mesmo é sol e calor, mas o gajo é casmurro e continua na dele e diz que faz o que ele quer e não o que os outros gostam.

Depois de lhe falar na possibilidade de uma insurreição, disse que ia estudar melhor as suas alternativas e depois dizia-me algo.

Como acredito tanto na boa vontade de São Pedro como nas previsões dos senhores do Instituto de Metrologia estou a preparar-me para passar o Verão assim:

Grande Mete Nojo que este São Pedro me saiu.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Da Paixão*



A paixão acontece, como acontecem os acidentes, sem querer.
É um acidente de percurso com final feliz, sem mazelas nem marcas.
Apesar de lhe sabermos um fim, é perfeita por ter sido, por ter acontecido.


...............................
* Retirado DAQUI.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Como Despachar Uma Folga Em Três Tempos

1. THE DAY BEFORE:

- Trabalhar até depois das 11h da noite;

- Chegar a casa, perto da meia-noite, e perceber que não se tem como entrar. As chaves ficaram no trabalho;

- Regressar novamente ao trabalho para buscar as chaves de casa, ser gozada pelos que ainda lá estão e chegar a casa de madrugada completamente K.O.



2. THE DAY:

- Acordar, muito depois do meio-dia, cansada depois de uma noite mal dormida;

- Chegar ao final da tarde com a sensação de ter sido atropelada por uma frota de camiões TIR, pois mais de dois terços do dia foi ocupado com ataques de espirros;

- Ir dormir com uma gigantesca dor de cabeça, consequência dos ataques de espirros.



3. THE DAY AFTER:

- Acordar com a mesma dor de cabeça do dia anterior;

- Continuar com a sensação de ter sido atropelada pela frota de camiões TIR do dia anterior;

- Perceber que volto o inferno: para além de ter começado uma etapa de 9 dias de trabalho non stop, estou mais cansada do que antes da folga.



POR ONDE ANDA O MEU MERECIDO DESCANSO?!?!?!?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Contado... Ninguém Acredita

Parece impossível, mas é verdadeiro.

Quando me lembro de contar algumas das minhas aventuras, grande parte do pessoal fica meio aparvalhado. Há quem diga que não percebe como é que a mim me acontece tanto absurdo e até certo ponto eu já aceitar como normal.
Bem, não é bem eu considerar normal as coisas que me acontecem, é mais eu já não me espantar com tanta anormalidade que vai acontecendo no meu dia a dia.
Para introdução a mais um episódio, no mínimo desagradável, acho que já é suficiente.
Vamos lá à história que é o que interessa.

Há dias, após mais um dos meus pequenos passeios matinais, estou, feliz e contente, a regressar a casa, quando vejo um homem (acho que chamá-lo de homem é bom de mais, mas dado o adiantado da hora e a minha falta de paciência para mais, fica o elogio não merecido) a caminhar na minha direcção, com um ar idiota até à última casa, que começa a cantarolar em voz alta:

- Eu gostú muitxo dxi vê sua bundxinha lindxa (vai com sotaque para não fugirem do original)

Bem sei que não é nada de mais. O idiota pode ter ficado com esta música no ouvido, deu-lhe uma coisinha má e lembrou-se de cantarolar (pensei eu na minha humilde inocência).
Quando está mesmo ao pé de mim, já não bastava o desafina cantarolar, não vai de modos.

PAAAAAAAAAAZZZZ!!!

Então não é que este mentecapto se lembra de levar a mão imunda até ao meu belo traseiro. Assim sem mais nem menos apalpa-me.


Eh pá, tudo menos isso! Suporto tudo menos isso! - disse para mim nos escassos milésimos de segundo que antecederam a minha transformação para o Self-defense mode.
Digo-vos já que tenho medo quando chego a este ponto. É que fico cega e não meço as consequências dos meus actos.

Mas pronto, desta vez fui soft. Só enfiei uma murraça no focinho da besta quadrada.
Nada de mais.


E ele também deve ter achado o meu murro coisa de menina, pois, embora agarrado ao queixo, ainda se foi embora a bramir:

- Lindxa eu gostú dxi você, más gostava mais si você não fumassi.

Bem, para me conter e não ir a correr atrás do gajo, contei até 100 em japonês, ainda mais rápido do que quando entrei em Self-defense mode, e só o gritei:

- VÁ PÓ CA-RA-LHOOOOOOOOOOO!

Há coisas fantásticas, não há?
Mas esta não é certamente.

Não percebo porque é que me continuam a surgir tantos duques e cenas tristes. Este jogo parece estar viciado.

sábado, 29 de março de 2008

Um Azar do Caraças!

No dia em que mudamos para o horário de Verão, ter que que acordar às 6 horas da manhã (antigas 5 horas) para ir trabalhar.
Eu não mereço isso.



Tenho que arranjar
UM EMPREGO URGENTEMENTE,
já estou farta de TRABALHO.

quinta-feira, 27 de março de 2008

...

Estou como o tempo...



MURCHA!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Chegou a Primavera!



E agora?


Agora...
... Só resta o idiota do São Pedro perceber isso.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

(Des)Conversar

E-mail, MSN, SMS são ferramentas de comunicação escrita que vieram sobremaneira encurtar distâncias e alterar a forma como nos relacionamos com o mundo, já que tornaram as redes pessoais de contacto quase infindáveis.

São ferramentas muito simpáticas, friendly user, desinibidoras e facilitadoras no processo comunicativo. Permitem-nos falar, em simultâneo, com o nosso amigo Cangurú da Austrália e o nosso amigo Panda da China. Levando-nos a vangloriar sabermos pormenores da vida de cada um deles, que grande parte das vezes nunca vimos, nem temos a pretensão de ver, da mesma forma que vangloriamos nem sequer saber o nome do nosso vizinho ou colega de trabalho, com o qual nos cruzamos todos os dias e ao qual pouco mais dizemos do que o socialmente imposto e inexpressivo "Bom dia" ou "Boa noite" (quando o fazemos).

De ferramentas de auxilio ao trabalho, massificaram-se e são cada vez mais utilizadas para entretenimento e descontracção, antes, durante e depois, de um dia rotineiro.

O e-mail substitui cartas, cartões, convites, telefonemas, conversas cara-a-cara.

O SMS passou a ser a ferramenta do "Estou atrasado", do "agora não posso ligar", do "estou ocupado", do "gosto de ti", quando estamos num ambiente em que não dá para manter uma conversa reservada, quando precisamos de um empurrãozinho para dizer algo mais pessoal, quando nós próprios não queremos conversar com a pessoa, ou quando queremos dizer o mesmo a um grupo de amigos.

O MSN passou a confessionário, a gabinete de psicanálise, a ponto de encontro estilo café, a local de culto onde se exorcizam todos os males, onde se resolvem crises existênciais, onde se iniciam amizades e onde se constroem relações.

Criou-se um código próprio com terminologia e simbologia que, supostamente, exprime de forma inequívoca a entoação e emoção que queremos passar (risonho, tristonho, aborrecido, tímido, divertido, envergonhado, extasiado, sarcástico, corrusivo, idiota, agressivo, contente, etc, etc, etc.). Pequenos ícones que pretendem substituir toda a comunicação não-verbal (que é inata, espontânea, quase incontrolável e tem uma importância superior a 80% na comunicação), mas que mesmo assim não são suficientes para evitar más interpretações.

E quando este momento chega... Abre-se caminho para zangas e discussões. São pequenos nadas que podem causar mossa se forem sobrevalorizados por uma das parte e sub-valorizados por outra. Chegados a este ponto, ou entram numa batalha feroz em que ambos estão numa conversa de surdos, numa esgrima de argumentos que nenhum quer entender e no final viram costas e vai cada um para o seu lado amuado, ou então alguém tem o sangue frio e discernimento para pôr termo à contenda.

O que me tira do sério neste meios é o uso e o abuso que as pessoas fazem para pedidos de desculpa, de mea culpa e esclarecimentos de palavras, comportamentos e atitudes menos próprios que acontecem no mundo 3D, no cara-a-cara.

Seguir por este caminho só demonstra uma enorme falta de consideração pelo outro, roçando mesmo a falta de respeito. Demonstra que o que se quer não é ficar de bem com o outro, não é resolver a contenda, mas sim, contorná-la para, pelo menos, ficar bem com aquilo que determinou ser a própria consciência.

BOLAS!!! Se as pessoas são adultas o suficiente para nos despejarem na cara todo o seu lixo psicótico, inseguranças e receios, num momento de fúria e desnorte, como se a culpa de tudo fosse nossa. Também devem ser adultas o suficiente para, da mesma forma chamarem o outro e explicar o que se passou, depois da cabeça ir ao lugar e o curto-circuito passar.

Então se a pessoa já teve mais do que uma oportunidade de se redimir cara-a-cara porque estivemos juntos depois da crise, mas não o fez, e após perceber a minha frieza de tratamento, resolve (des)conversar pelos canais alternativos... Fico intragável. A pessoa já perdeu qualquer credibilidade. O que me leva a minimizar a situação até à última casa.

Se é a primeira vez que tenta resolver a situação assim, leva com a cantilena do 'estás a falar mesmo do quê?', 'OK, tudo bem', 'não há problema', 'compreendo', 'foi um dia difícil', 'eu espero sempre demasiado dos outros e depois dá nisso. Mas isso passa-me', 'vou domir'.

Se é repetente neste acto de contrição, apanhando-me num dia não, vai ler tudo o que normalmente vem ao meu pensamento, mas a minha boca só costuma deixar sair quando acompanhada da devida ironia, sem qualquer pontuação para que dê a ênfase que quiser. Apanhando-me num dia sim, vai ter respostas ao que literalmente escreve, pois vou deixar de perceber segundas intenções e de ler as entrelinhas.

Para além de ainda ficar a perceber menos os meus sentimentos (saltar-lhe à cara e partir-lhe a boca toda, ou mandá-la ir ver se está a chover, ou será mesmo desamparar-me a loja porque os seus créditos comigo já acabaram?), começo a contar até 100 em japonês, a recolher o meu mau feitio, a lamber as feridas e procuro outra pessoa, entre os meus contactos, que sei que me vai escrever umas piadolas que me vão fazer dispersar da (des)conversa.

Quem não tem peitaça para me olhar nos olhos e dizer 'agi mal', não merece que eu lhe escancare os sentimentos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Portugês Técnico*

A linguagem técnica fascina-me..
Adoro profissões com uma marcada gíria técnica.
Idolatro os profissionais que a dominam, que já não a sentem como um fluído estranho a circular no sangue por já fazer parte dele.
Excita-me ouvir o uso e o abuso que os interlocutores fazem dos termos técnicos, ainda mais na conversa informal que um desabafo transmite.
Só de escrever a conversa que ouvi ontem entre 2 técnicos de venda da área Imobiliária, ainda me arrepiam os pelos do pescoço.


GAJO 1 - A rameira da RuMiNaNTe BoVíDea da espanhola do departamento financeiro. Eh pá! Não te digo nem te conto. Que RuMiNaNTe BoVíDea e rameira do pénis. Gosta mesmo de cOPULAr um gajo.

GAJO 2 - Então pénis?!?!?

GAJO 1 - Então?!? Então não é que a rameira, rUmInAntE cAprÍnEA, não quer pagar as despesas que excedi este mês! A RuMiNaNTe BoVíDea.

GAJO 2 - Que grande rameira me saiu esta rUmInAntE cAprÍnEA.
rameira!





Nota de rodapé: não há necessidade de tradução simultânea

...................
* Ou conversa de gajos.
Ainda dizem que nós mulheres é que somos dadas a excessos no uso das palavras.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Medo, Muito Medo?





O que sentir quando um colega, com o qual não trocamos mais do que o cordial 'bom dia, como está?' e impressões de trabalho, nos vem procurar todos os dias, à entrada e saída, para um beija-mão, nos oferece flores e bombons no dia de S. Valentim e ainda nos trata por você, num falso distanciamento, já que trantando-nos pelo nome acrescenta um inha?

Medo, muito medo é pouco?

Be My Valentine*

Para quem ainda não sabe o que oferecer à cara gémea e à alma metade, e também não se quer deixar levar pelas ideias consumistas que o mercado impõem (ou seja está sem cheta). Aqui fica uma ideia romântica para o dia dos namorados. Que não restem dúvidas que a noite será escaldante.




E como felicitar é bonito e está na moda: a todos FELIZ DIA DE S. VALENTIM!



..................................

* Haja paciência para dias temáticos sem conteúdo.
E viva a sociedade de consumo.

Dúvidas



De facto, ainda não percebi porque insistimos em guardar mais intensamente
na memória as coisas menos boas que nos acontecem.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Dolce Fare Niente Volta!






AHHHHH!! Saudades das conversas de final de tarde, acompanhadas das morangoskas de 'arroz mascavado' e deste pôr-de-sol.

Esplanar precisa-se.

Ouvi Por Aí


"Desculpa lá, mas os homens quando são bonitos são cabrões.
São mesmo uns grandes cabrões.
É um facto."

****

"Satanás escraviza as pessoas.
É por isso que este mundo está como está.
Aparece na congregação pelas 18h para te libertares dos teus pecados."

****

"Acho que todos procuramos alguém
que tenha a arte de nos entrar no sangue
e nos levar até à lua."

****

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Magic


Quem nunca pensou nuns truques de magia para de quando em vez ultrapassar obstáculos diários.

Jamais


Afinal o novo aeroporto vai continuar a chamar-se Aeroporto da OTA
(Obra Transferida para Alcochete)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Descoberta

Desde que me conheço como gente que 23 de Janeiro é dia de grande festança. É o aniversário da avó, o aniversário do avô, o aniversário da tia e o aniversário do pai, que formam o Quarteto de 23.

Ano após ano, a família e os amigos animam a casa. À medida que os anos passaram, o Quarteto 23 virou trio, depois dueto e de momento é um solo, agora que por cá só está o senhor meu pai.

E não é que este ano acabámos de descobrir que este senhor nasceu a 21 de Janeiro. Dia 23 foi quando passou pela cabeça dos senhores meus avós que registar esta alminha até seria uma boa ideia.

O senhor meu pai sempre soube disso e nunca disse a ninguém.
OH! Paizinho isso não se faz!

Se fosse a senhora minha mãe pedia o divórcio :)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Que Irritação!!!


Haverá algo mais irritante do que no teu DIA DE FOLGA (após dez longos dias de trabalho), às 8 HORAS DA MANHÃ, o TELEMÓVEL TOCAR e SERES ACORDADA pela voz da chefe que pede encarecidamente PARA SUBSTITUIR UM COLEGA QUE FALTOU sem avisar?

CLARO QUE HÁ!

NO DIA SEGUINTE VOLTAR A ACONTECER O MESMO, mas ÀS 7 HORAS DA MANHÃ.

ESTA EMPRESA NÃO TEM MAIS COLABORADORES?
É o que dá ser demasiado prestável.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Is It a Bird? Is It a Plain? No, Is Superman!!

Saio do trabalho, estou na paragem a aguardar o autocarro. Vou aproveitando os entretantos para pôr a leitura em dia e descomprimir do stress do trabalho. À minha volta meia dúzia de pessoas aguardam impacientes mais um regresso a casa, mas a sua impaciência não me atinge. Em poucos minutos estou envolvida pelo ritmo que o leitor de mp3 liberta. Deixo de pensar no trabalho e desligo-me do que se passa à minha volta.

A chegada de um autocarro faz-me voltar à terra. Desvio os olhos do livro para ver se é o meu. Para variar não é, mas pelo menos à minha volta já só restam duas senhoras. As outras pessoas desapareceram.

A música e a leitura estão novamente a libertar-me do que me rodeia. A sensação de liberdade é quebrada pelo diálogo que as duas senhoras começam.

Uma, excitadíssima até à última casa, aponta para algo enquanto vai chamando a atenção da companheira que não parece dar a mínima importância ao que se passa.

Senhora excitadíssima (em grande animação): Olha, olha!!! É um cão.
Senhora apática (numa interrogação): Um cãooo?
Senhora excitadíssima: Ali. Olha, é um cão.
Senhora apática: Isso? Isso não é um cão. É...
Senhora excitadíssima (atropelando a outra): Pois não, tens razão. É um lobo.
Senhora apática (em maior interrogação): Um lobooo?!?!?
Senhora excitadíssima (baralhada): Não é um lobo? Então o que é?
Senhora apática (incrédula): Não. É um leão.
Senhora excitadíssima (decepcionada): Ah!! Pois é é um leão.

Quando volta a reinar o silêncio entre as duas, fecho o livro, tiro o telemóvel da mala, vejo as horas, olho para o tal que começou por ser cão, depois passou a lobo e finalmente a leão e não consigo deixar de rir.

Por uns instantes vi-me numa adaptação foleira das Aventuras do Super Homem, graças ao painel publicitário do abrigo da paragem do autocarro.





Is it a Dog? Is it a Wolf?
No, Is Lion of Porches!!



domingo, 6 de janeiro de 2008

Rewind: 2007

Do Natal lembro-me:
24/Dezembro:


10h - Acordar atrasadíssima.
11h - Sair a correr de casa sem tempo para nada mais do que banho.
12h30 - Chegar ao trabalho a horas mas sem comer.
13h - trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar
18h30 - Pausa, fumar, pausa, fumar
18h50 - trabalhar, trabalhar, trabalhar, já não dizer coisa com coisa, trabalhar
20h - Tchau, tchau coleguinhas. Bom natal e para quem fica bom trabalho. Até amanhã!
21h - Casa da tia, família reunida, beijinhos para uns, abracinhos para outros, conversas cruzadas, conversas paralelas, as poses para as fotos, os flashes uns a seguir aos outros, a máquina de filmar
21h30 - A Ceia: Tenho o meu pai à esquerda e o meu sobrinho D.G. à direita.
21h35 - Bebida da noite espumante rosé. Eu, a irmã L. e as primas D., C. e Z. fazemos um brinde. D.G. olha para nós e ri, com o copo vazio na mão a dizer que também brindar. O bacalhau vem para mesa. Está toda a gente a comer menos o D.G.





Tento convencê-lo a comer bacalhau, mas ele nada:
Eu - Devias comer um bocadinho do bacalhau, está muito bom.
D.G. - Não tia, bacalhau não. Tia, tia é natal. Tchim-Tchim?
Eu - Se comeres um bocadinho de bacalhau a tia faz Tchim-Tchim.
D.G. - Primeiro Tchim-Tchim depois bacalhau
Eu - Ok. Vamos lá ao Tchim-Tchim
D.G. - Tchim-Tchim
Eu - Agora o bacalhau
D.G. - Eu tiro, só um bocadinho
Eu - Vá come mais um bocadinho, isso mesmo.
21h50
D.G. - Tia tchim-tchim!
21h55
D.G. - Tia tchim-tchim!
22h
D.G. - Tia tchim-tchim!
22h05, 22h10, 22h15, 22h20, 22h25, 22h30
D.G -Tia tchim-tchim!
22h35
D.G - Tia...
Eu - Tchim-tchim?
D.G. - Nã, agora não. Tou a comer o cão com asas*. Só quero mais salada
22H37 - Baixo o braço, poiso o copo na mesa e pego na garrafa, ambos estão vazios
22h40 - Noto que ainda não acabei o primeiro prato e estou com uma tosga bem grande à pala de um puto de três anos.





25/Dezembro:


10h - Acordar com a cabeça feita num oito, a boca a saber a papel e entrar em pânico por mais uma vez estar atrasadíssima para o trabalho



.............................................

* Vulgo Perú