segunda-feira, 29 de outubro de 2007

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Transportes Públicos

O Que Quero Ser Quando For Grande?



Hoje no regresso a casa, depois de mais um dia de trabalho, um grupo de quatro miúdas, à volta dos 20 anos, todas estudantes do curso de enfermagem, debatiam entre elas o que queriam fazer no futuro no que à sua carreira profissional diz respeito.

Depois de muitas idiotices ditas por todas, desde ganhar o euromilhões, ser reformada como o pai ou desposar um homem de posses, uma sai-se com esta:

- Bom mesmo, era agarrar um jogador de futebol. Isso é que era.

Ao que outra responde:

- Mas vê se te certificas que joga pelo menos na primeira divisão. Não faças como umas e outras que andam a sustentar um. - E olha de esguelha para outra amiga.

Ao que parece era uma indirecta (muito directa). Já que, apesar do calor humano que transbordava do autocarro, o ambiente entre elas gelou.

Depois desta pérola instalou-se um silêncio constrangedor no seio do grupo.

E na minha cabeça surgem algumas dúvidas existenciais, mas estas senhoras estão a estudar para quê? Só para poderem dizer que têm um canudo? Porque enfermagem está visto que não entra no projecto de carreira de nenhuma delas. Agora arranjar quem sustente os seus vícios...

Acho que um curso de Rameira ficava-lhes bem!


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Pobreza (de Espírito) A Quanto Obrigas



Amigas que discutiam uma grande questão social.
- Há dias vi um anúncio no jornal de venda de uma casa que dizia não tem banheira.

- Não tem banheira?!? Mas desde quando há casas sem banheira? Ainda por cima para venda?

- Não tem banheira mas pode ter um polibã ou duche.

- Não, não tinha banheira instalada.

- Pior, pior seria não ter sanita.

- ...
- ...
- ...

- Sim. Outro dia ouvi um senhor a contar que vive numa casa muito degradada e que como sanita usa uma cadeira com um buraco no meio e um alguidar por baixo e depois deitava as 'notícias vindas do interior' para a rua.

- Como assim, ele usa a cadeira na rua?

- Ya, vai para a rua e põe-se a cagar em frente aos vizinhos. Dahhhhhh. Achas? Claro que não. O que vai para a rua são o mijo e os cagalhões.

- Ah ok, já percebi.

- Ainda há muita pobreza neste mundo.

- Pois há e muita gente não vê isso.

- Ya. Eu por exemplo não quero ver.

- Ya. Eu nem me imagino a viver sem, televisão, microondas e 'tosteira'...

- 'Tosteira'?!?!?

- Sim a máquina para fazer torradas.

- Miúda, quanto muito é uma torradeira.

- Ou isso...

O que não falta por aí também é pobreza de espírito.

domingo, 21 de outubro de 2007

e 1-2- 3 e 5- 6-7...

Este fim-de-semana voltei a tirar a caixa dos sapatos de dança do armário.
Calcei-os para ver se ainda me recordava da sensação de os ter nos pés.
A batida do coração disparou, para logo em seguida entrar na cadência da contagem que surge na minha cabeça, primeiro num ritmo lento:

e... 1... 2... 3... e... 5... 6... 7... e...
1... 2... 3... e... 5... 6... 7...

Depois num ritmo acelerado:

e 1-2- 3-e-5- 6-7-e
1-2-3-e-5-6-7...

Os pés fazem a marcação:

y uno-dos-tres-y-cinco-seis-siete-y
y uno-dos-tres-y-cinco-seis-siete-y...

Experimento um cross, uma volta simples, uma volta dupla... Pelo meio faço uma sentada, um penteado, uma flecha...

y uno-dos-tres-y-cinco-seis-siete-y
y uno-dos-tres-y-cinco-seis-siete-y...

Faço uma onda, desenho oitos, mostro o sapato... Mais um cross com volta, umas sequências de passos antigos, um toca-toca...

e 1-2- 3-e-5- 6-7-e
1-2-3-e-5-6-7...

Abrando o ritmo, sorriu...

e... 1... 2... 3... e... 5... 6... 7... e...
1... 2... 3... e... 5... 6... 7...

Descalcei os sapatos, coloquei-os na caixa e olhei para eles antes de os guardar no armário.

Ainda me envolvo na dança...
Ainda me deixo ir com a música...


No final gritei:

MI CUERPO PIDE SALSA!!!!

A saudade bateu forte mas ainda não foi desta que a matei.



terça-feira, 16 de outubro de 2007

Não É Assim Que Se Diz!

Ontem quando estava a regressar a casa, depois de mais um dia de trabalho, entro no autocarro e passado algumas paragens entram, em amena cavaqueira, mãe e filha.

A criança, com cerca de 7 anos, está na fase de soletrar palavras. Tudo o que lhe aparece no campo de visão e lhe disperta curiosidade é soletrado (raramente se engana, só quando ainda confunde letras).
Imagino a paciência de santo que a mãe dela tem para a aguentar, dia após dia, em viagens de uma hora. A criança não se cala nem para respirar. Parece que está ligada à corrente e não há forma de encontrar um botão de 'off' (já nem falo de um botão dos níveis de décibeis, porque sei que é pedir demasiado).

A meio da viagem a miúda começa a gritar:

- Oh mãe! Oh mãe! Olha o polícia. Olha, olha...
- Sim filha já vi.
- Olha, olha mãe ele tem qualquer coisa escrita nas costas.
- Sim filha, é polícia, todes têm.
- Com'é que sabes se ainda não olhaste pra eles?
- Humm?!?!?
- Sim, tás c'os olhos no telemóvel.
- Pois, mas é isso, eu sei...
- Mas com'é que sabes?
- Consegues ver o que tá escrito nas costas dele?
- Sim.
- Atão soletra prá 'cabarem as teimas.
- Tá bem. P-L-I-C-I-A, Plícia.
- Oh filha p'lo amor de Deus é P-U-L, 'PUlícia' agora plícia. BURRA!!!

A miúda calou-se, cruzou os braços e amuou.

Nesta altura, incrédula com o que tinha acabo de ouvir, levantei a cabeça para perceber o que se passava.

À mãe atribuí nota máxima pelo atentado à língua portuguesa e pela frieza e certeza com que corrigiu a filha, sem nunca tirar os olhos do telemóvel.

E à miúda atribuí uma medalha de mérito, porque de facto não se enganou a soletrar já que a palavra que se via nas costas do polícia era mesmo 'plícia'. Devido à postura o 'o' ficou escondido.



Saí do autocarro, ainda desnorteada com o que se passou. E enquanto caminhava até casa recordei-me de uma situação passada (era eu uma pré-adolescente) em que a empregada lá de casa corrige o modo de falar da filha e acaba por se enterrar.

Chega a hora do lanche e eu, a minha irmã e os meus primos perguntamos à miúda:

- Flávia o que perferes? Sumo, leite, chá ou iogurte?

Ela pensa, pensa, pensa e meio envergonhada e perdida com tantas hipóteses de escolha acaba por dizer com um sorriso nos lábios:

- Quero grute!

Nós entendemos o que ela queria, acho que qualquer um entendia. Mas no instante a seguir ouvimos a mãe a gritar da outra ponta da casa:

-OH Flávia já te disse que não se diz grute é agurte.

Como putos que éramos não conseguimos conter o riso. E até hoje, passados uns 20 anos, sempre que apanhamos alguém a corrigir outro alguém, ou, pior ainda, quando encontramos a miúda gritamos:

-OH Flávia já te disse que não se diz grute é agurte.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Antecipação



Grande parte de nós tem a tendência para se antecipar a tudo o que o outro faz, diz, pensa e sente.

Porque acha que o conhece muito bem e, por isso, as acções e reacções dele são previsíveis; Porque transfere para o outro a própria forma de agir, pensar, sentir e falar como única possibilidade; Porque muitas vezes não tem paciência para aguardar que ele formule a ideia e desta forma vai completando o discurso; Ou ainda, porque pura e simplesmente quer conduzi-lo para determinado ponto de vista.

Embora grande parte das vezes não haja 'maldade' (tentativa de ser boazinha) neste acto, acaba-se por não ouvir o que o outro diz (já que se está a pensar no que vai dizer ou fazer a seguir) e deixa-se de usar a escuta activa.

No final, em vez de solucionarmos os obstáculos, contornamo-los. O que é a mesma coisa que nada fazer, já que os mesmos não deixam de existir.

Ouvir, sentir e observar o outro, sem pressas, possibilita um maior conhecimento do mesmo e mostra outros caminhos e áreas que podem ser explorados. Já que não entramos no campo dos 'achismos' e 'supônhamos' e desta forma não fazemos filmes, não deixamos que os macaquinhos tomem conta do sotão e obscureçam a visão e a razão e não castramos imaginações.

É a imprevisibilidade que nos torna únicos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Assim Estou


Ando sem tempo para nada. A minha vida anda uma roda viva: casa-trabalho_1, trabalho_1-trabalho_2, trabalho_2-casa. Monótona até mais não.

Os amigos que falam (ou tentam falar) comigo diariamente já perceberam que não se passa mais nada na minha vida, já que não tenho outro assunto a não ser trabalho.

Venturas e desventuras de uma nova fase que parece querer dar comigo em louca. Não tenho tempo para nada a não ser correr para vencer o pouco tempo que tenho.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Coitado do Gato (Será?)



Um zoófilo, um sádico, um assassino, um necrófilo, um piromaníaco e um masoquista estão sentados num banco de jardim, dentro de um sanatório, sem saber como ocupar o tempo.


O zoófilo - E aí, vamos transar com um gato?

O sádico responde - Vamos transar com um gato e depois torturá-lo!

O assassino completa - Vamos transar com um gato, torturá-lo e depois matá-lo!

O necrófilo fala - Vamos transar com um gato, torturá-lo, matá-lo e depois transamos com ele outra vez !

O piromaníaco acrescenta - Vamos transar com um gato, torturá-lo, matá-lo, transar com ele outra vez e atear-lhe fogo!


Segue-se um silêncio...


Todos olham para o masoquista e perguntam:

- E aí?
Então o masoquista diz - Miiiiiaaaauuu!