quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Transportes Públicos

O Que Quero Ser Quando For Grande?



Hoje no regresso a casa, depois de mais um dia de trabalho, um grupo de quatro miúdas, à volta dos 20 anos, todas estudantes do curso de enfermagem, debatiam entre elas o que queriam fazer no futuro no que à sua carreira profissional diz respeito.

Depois de muitas idiotices ditas por todas, desde ganhar o euromilhões, ser reformada como o pai ou desposar um homem de posses, uma sai-se com esta:

- Bom mesmo, era agarrar um jogador de futebol. Isso é que era.

Ao que outra responde:

- Mas vê se te certificas que joga pelo menos na primeira divisão. Não faças como umas e outras que andam a sustentar um. - E olha de esguelha para outra amiga.

Ao que parece era uma indirecta (muito directa). Já que, apesar do calor humano que transbordava do autocarro, o ambiente entre elas gelou.

Depois desta pérola instalou-se um silêncio constrangedor no seio do grupo.

E na minha cabeça surgem algumas dúvidas existenciais, mas estas senhoras estão a estudar para quê? Só para poderem dizer que têm um canudo? Porque enfermagem está visto que não entra no projecto de carreira de nenhuma delas. Agora arranjar quem sustente os seus vícios...

Acho que um curso de Rameira ficava-lhes bem!


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Pobreza (de Espírito) A Quanto Obrigas



Amigas que discutiam uma grande questão social.
- Há dias vi um anúncio no jornal de venda de uma casa que dizia não tem banheira.

- Não tem banheira?!? Mas desde quando há casas sem banheira? Ainda por cima para venda?

- Não tem banheira mas pode ter um polibã ou duche.

- Não, não tinha banheira instalada.

- Pior, pior seria não ter sanita.

- ...
- ...
- ...

- Sim. Outro dia ouvi um senhor a contar que vive numa casa muito degradada e que como sanita usa uma cadeira com um buraco no meio e um alguidar por baixo e depois deitava as 'notícias vindas do interior' para a rua.

- Como assim, ele usa a cadeira na rua?

- Ya, vai para a rua e põe-se a cagar em frente aos vizinhos. Dahhhhhh. Achas? Claro que não. O que vai para a rua são o mijo e os cagalhões.

- Ah ok, já percebi.

- Ainda há muita pobreza neste mundo.

- Pois há e muita gente não vê isso.

- Ya. Eu por exemplo não quero ver.

- Ya. Eu nem me imagino a viver sem, televisão, microondas e 'tosteira'...

- 'Tosteira'?!?!?

- Sim a máquina para fazer torradas.

- Miúda, quanto muito é uma torradeira.

- Ou isso...

O que não falta por aí também é pobreza de espírito.

4 comentários:

  1. Quanto à primeira: Sabes que já ouvi versões dessas, de pessoas novas q conheço e nem queria acreditar!! Pessoas que estão a tirar cursos superiores q se mostram ambiciosas... Não compreendo, juro! Ter um homem a sustentar-me não faz parte dos meus planos...
    Segunda história: a questão é q nós vivemos no nosso mundinho e não temos noção que existem pessoas para quem o nosso básico é um luxo...
    Gostei muito destes posts, muito interessantes
    bjks

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  2. amiga, a pobreza de espirito é cada vez mais contagiosa. Foge enquanto podes

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  3. Su:

    Acho que há muita gente que anda perdida nos seus objectivos ou então nunca os teve.

    Estão habituados a nada fazer e por isso arranjam 'soluções' supostamente mais fáceis.

    Não percebo como há quem queira ficar dependente de terceiros a vida toda, enfim é tudo uma questão de opções...

    Bjkas

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  4. Psyhawk:

    Amigo sabes que estas histórias são uma infima parte daquilo que diariamente tem passado pelos meus olhos nas minhas aventuras pelos transportes públicos. E muito menos são as mais escabrosas ;)

    Bjkas

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