sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Viagem de Autocarro

Os casalinhos no autocarro.

Nada de novo para quem já teve a infelicidade de fazer uma viagem de Almada Lisboa, com acidente antes de entrar na Ponte 25 de Abril, 30º à sombra e um casal tão, mas
tão, tão apaixonado que quando cheguei a casa, após 1 hora de tortura, tive que tomar banho para me recompor, não do cansaço de mais um dia, não do calor abrasador que se fazia sentir, mas devido ao cheiro e ao som ainda a ecoar nos meus ouvidos de tanta troca de fluído salival (só de escrever já me voltei a sentir assim... a modos que... a precisar de novo banho).

Pronto, eu paro de criar imagens mentais desagradáveis na cabecinha dos outros e na minha e vou directa à minha aventura.

Os phones e a leitura fazem parte integrante das minhas viagens de autocarro, por isso não é preciso contextualizar o que estava a fazer. Se calhar é melhor.

Pronto. Estou eu, num dia de folga no início da semana (daquelas semanas que começam bem, porque no fim de semana não se trabalhou e também ainda faltam mais 2 dias para voltar ao trabalho), a curtir a minha música e embrenhada na minha leitura numa viagem de autocarro, quando, entre o fim de uma música e o início de outra, que coincidiu com um virar de página do livro, oiço uma voz feminina naquele estilo bilu bilu bilu (isto é, em tom de quem está a falar com uma criança, mas acha que ela não a apercebe porque tem algum problema auditivo ou mesmo que é de compreensão lenta) a perguntar a alguém:
- Atão bebé, o que temos neta barriguinha boa qu'eu góto tanto? - Assustador, eu sei.
- 3 pastéis de nata. 2 sandes de queijo. Eeeeeee... 2 latas de coca-cola. - diz uma voz masculina, em tom confiante, que demonstra um sorriso de orelha a orelha de tanto orgulho por tamanho feito.
- Hummmmmmm, nham nham... - diz a voz feminina enquanto lhe faz cafuné na barriga e lhe empanturra de beijos ensurdecedoramente audíveis.


Escusado será dizer que nesta altura da conversa estava desejosa de ver quem eram os actores de tamanha bizarria amorosa que me deixou um tamanho mau estar e só a pensar que precisava de um banho urgente.

6 comentários:

  1. Este post é um atentado ao pudor! Não sei se rio se choro, mas é certo que qiquei com pele de galinha e estou estupefacto.

    Certa vez tb recebi uma SMS de um numero desconhecido, por engano obviamente, que dizia o seguinte "Atao minha pombinha, já tumaxte o piquene almoxe? Bjus no queixu"

    Qualquer coisa assim...

    Que se passa no cérebro desta gente?

    Espero que já tenhas recuperado desse incidente, se bem que isso deixa sequelas, e sempre que fizeres a ponte de autocarro, sei que antes olharás para todos os lados :)

    ResponderEliminar
  2. Martini,

    Se achas que o que leste é um atentado ao pudor imagina tê-lo vivido ao vivo e a cores, filme série B do pior.

    Acho assustador que duas pessoas que se dizem apaixonadas uma pela outra tratarem-se por diminutivos e falem em linguagem de bebé. É um turn off completo.

    Quanto a sms é melhor nem falar porque tive o desprazer de conviver com uma pessoa que achava que me iria conquistar enviando-me sms cujo conteúdo eram letras das músicas do Tony Carreira, pesadelo do pior.

    Quanto a recuperar do trauma, até que recuperei, apesar de cenas desta natureza me 'perseguirem' com alguma frequência. Mas, felizmente que as viagens para Almada, já não fazem parte da minha rotina diária, porque acredita que era menina de deixar ir o autocarro sempre que houvesse um casal suspeito em meu redor ;)

    ResponderEliminar
  3. Ahahahaha... A tua segunda explicação ainda é mais cómica!!

    A sério já volteia ler o post e isto é... intratável. Este post sim é que mereceria dezenas de comentários :)

    Realmente quem te enviou excertos do Tony Carreira não te conhecia mesmo nem deve ter aprendido nada com a convivencia contigo. Eu também abomino mensagens pré-feitas, nem no Natal as envio.

    Este fica para a história :)

    ResponderEliminar
  4. Foi muito mau mesmo. Ainda por cima, nestas coisas consigo apanhar o mais ínfimo detalhe e depois a minha cabeça começa a criar imagens péssimas difíceis de apagar. Claro está que a solução mais óbvia, a bem da minha sanidade é levar isso para a comédia :)

    Quanto ao Tony Carreira que passou na minha vida não sei se queria aprender alguma coisa sobre mim ou se andava mais naquela onda do egoísmo puro de tem que cair na rede, tem que cair na rede. Felizmente que lhe passou a panca LOL

    Eu pré-feito não gosto muito, nem na cozinha.

    ResponderEliminar
  5. O que eu me ri ao ler este post!
    :)

    ResponderEliminar
  6. Hugo,

    De quando em vez consigo colocar umas gargalhadas na boca dos outros e gosto tanto :)

    ResponderEliminar