quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

De Birra

Há dias acordei com a birra.

Não sei se foi por, 10 minutinhos antes do despertador tocar, ter sido acordada pelo toque do telemóvel e ser engano!?!?!?, se foi por estar a caminho do décimo dia de trabalho sem folgas, ou se foi fruto da falta de sol para a fotosíntese.

O que é certo é que ao me levantar acabei por embirrar com a primeira pessoa que me apareceu à frente: Eu mesma.

E claro está que esta pequena birra levou a que o dia fosse de fugir, já que até um respirar um pouco mais pesado e um pensamento um pouco mais insistente eram o suficiente para eu implicar comigo.

Se estes pequenos pormenores já faziam mossa imaginem o fio de cabelo branco, a ruga no canto do olho e a gordura 'extra' na zona abdominal que teimaram aparecer e envidenciar-se naquele milésimo de segundo em que consegui suportar ver-me ao espelho.

Dia bom, sem dúvida. Implicar, implicar, implicar foi a palavra de ordem do dia e virou igualmente a minha boa acção do dia.

Se já é difícil imaginar a aversão com que estava de mim, ainda é quase impossível imaginar a total falta de paciência para com os outros.

Estava tão intolerante, tão intolerante, mas tão intolerante que 'pedia', em muitos maus modos (daí as aspas), para não falarem comigo.

Resultou? Não, claro que não. Porquê? Porque o meu trabalho não permite dizer a quem quer que seja para não falar comigo. Isso até deve ser razão para despedimento (vou anotar para o caso de ter vontade de que me mandei embora).

Vá lá que depois de 1 acontecimento e meio assim um pouco a tocar no grave, fruto da minha atitude reactiva e birrenta lá houve uma alma gentil que, mesmo depois de ter sido uma das minhas vítimas de birra, foi falar a quem de direito e pediu para as prioridades ficarem para ela em vez de mim.

Quando me disse o que tinha feito, apenas respondi: se não tivesse acordado com a birra até te agradecia, agora estando assim, peço-te apenas que por hoje não uses mais da palavra comigo.

2 comentários:

  1. Realmente há dias em que nem nós nos conseguimos aturar, quanto mais os outros!

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  2. Há dias que até a sombra me irrita

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