11:20
Tenho sono, tenho muitooo sonooooooooooo...
Não consigo prestar atenção a nada e quanto mais me esforço para acompanhar a palestra, mais depressa desligo.
O orador fala sobre o movimento teatral em Almada, 'O Boom de 90'. Isso ainda me recordo e percebo... Entre as suas pausas para ganhar fôlego volto a adormecer. Mas logo a seguir desperto em sobressalto, ora com um timbre mais grave da sua voz bem colocada, ora com um relâmpago de luz imaginável que ofusca os meus olhos. RAIOS!!!!
O olhar trai-me, a visão vai pregando partidas a uma mente que não reage. Reflexo condicionado, suponho.
Não tenho medo de mergulhar no silêncio e na escuridão que me perturbam a escirtaa.
Deixei de pensar. Não ajo, reajo, com alguns minutos de atraso, face aos estímulos que não me deixam descansar.
Q-uu-ee-rr-ooo dormiiiiiir...
Preciso d-oo-rr-mm-iii-r...
Estou a dooormiiir. Sinto o meu corpo leve em cima de uma nuvem suave, muito suave. Os meus lábios sorriem pressentem o descanso merecido chegar...
AHHHHH!!! É booom, é muito bom!... Dormir...
NÃO POSSO! (o interruptor nos meus olhos dispara).
A minha cabeça voltou a parar, os meus movimentos já não existem. Apaguei.
Mais 2 minutos parada. Mais 2 minutos adormecida. Mais 2 minutos com o olhar perdido num qualquer ponto incerto da sala que não consigo fixar. Mais 2 minutos, penso eu... Mas no final, todos somados foram 10 (os 2 minutos extra foram o tempo que demorei a escrever o '10').
Estou sentada ao fundo da sala com a cadeira bem encostada à parede. Não há fuga possível pela rectaguarda. Do meu lado esquerdo uma fila de cadeiras repleta de gente com rostos desconhecidos. Olho mais uma vez, estou perdida. Ao segundo olhar para a esquerda, apercebo-me que são os meus colegas de sempre. que seca! Afinal não estou perdida.
Desvio a cabeça num movimento brusco. Os meus olhos estão novamente a ver um ponto branco indefinido. Esforço-me para não dormir. Tento focar mas continuo a ver branco. MEDO!!!
Faço um restart ao meu sistema operativo, continua tudo branco, mas agora vejo que continuo presa, sem saída, é outra parede da sala que me encurrala. não tenho mais para onde ir.
Resigno-me. Não há mais nada a fazer.
Encosto a cabeça ao meu braço que se apoia no outro braço, o da cadeira. O meu corpo balança na luta interna que mantenho com o cansaço.
Dormiii...
... Perdi-me...
... Pareiiii...
... Parei... A cabeça pesa demais e acaba por tombar sem alento.
Já não aguento. Vou apagar a luz.
O resto que se f#da!
11:55
BOLAAAS, que os minutos não passam!!
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