O teu corpo leve e esguio aproxima-se preocupadamente do meu. Páras a pouco mais de uns centímetros de mim, olhando-me nos olhos na busca de um olhar que te tranquilize o espírito.
Ternamente, estendo-te os braços, permitindo que te acomodes no calor do meu colo. A intranquilidade que pressenti em ti, agora vai dando lugar a um sentimento calmo de pertença. E o beijo que gentilmente te deposito na testa estabelece um outro nível de intimidade que te transmite segurança.
Uma onda de bem-estar invade-nos, permitindo-te olhar-me nos olhos e sorrir enquanto te vais acomodando na minha cama. A rudeza inicial do teu olhar de menino perdido transformou-se com os meus gestos simples.
Agora és tu que enroscas o teu corpo no meu à procura de maior contacto e conforto e assim deixamo-nos estar até nos deixarmos levar sem resistir pelo canto de Orfeu.
Antes de adormecermos, enquanto tento encontrar o interruptor do candeeiro que nos prolonga o dia, oiço-te balbuciar: 'Sabes? Tenho medo do escuro.'
Imediatamente refreio a mão que encontrou o interruptor e digo: 'Então, vamos dormir de luz acesa.'
Num misto de alívio e tranquilidade soltas um suspiro profundo que te acalma o suficiente para na tua voz doce e inocente de criança libertares um último: 'Noite feliz Tia.'
Sorrio e deixo-me ficar a ver-te dormir.
Fica um sorriso no fim de ler este texto:)
ResponderEliminaraflordapele:
ResponderEliminarHá gestos que nos fazem ficar assim lamechas e de sorriso rasgado ou lágrima de alegria no canto do olho