sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Não Estou...

... Para nada, nem para ninguém.

Entrei em processo de desSocialização.
Quando voltar aviso (ou não!).

Cheira a Limpo


Após longos meses, redescobri o tampo da secretária.
Até dá gosto parar por lá.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Cineminha?

Como por estes dias o sol parece estar meio de folga e, quando não está, teima em se esquecer de trazer o calor, tenho aproveitado o tempo-livre para pôr as minhas contas em dia com o cinema.

Nos últimos 15 dias, foram 8 filmes. Uns bons, outros nem por isso, alguns desiludiram e outros ainda surpreenderam. Mas todos foram momentos bem passados pois a companhia (quase sempre diferente) ajudou. O que é engraçado, porque há uns anos estes momentos eram vividos quase sempre sozinha (estarei a perder qualidades?).

Descansem que não vou atribuir classificações, fazer críticas (des)construtivas e, muito menos contar o final das histórias.

Após 7 sessões é natural que a minha atenção no ante-filme se prenda noutros pequenos pormenores que não:

- a imitação publicitária da Super Bock Green da cena mais que mítica dos 'Deuses Devem Estar Loucos';
- o intragável doc publicitário da Red Bull Air Race (ainda bem que é já este fim-de-semana);
- os trailers dos filmes a estrear na época natalícia e no Verão de 2008 (não me enganei é mesmo 2008).

E passe para pormaiores, como as pessoas que co-habitam comigo, por algumas horas, este pequeno grande espaço que é a sala de cinema e os seus rituais cinéfilos.

Assim, na minha última incursão pelo cinema (ontem), dos 15/20 minutos de duração do ante-filme ficaram a vaguear pela minha cabeça algumas frases soltas de conversas que se perdiam pelo ar:

Amigas:
Amiga 1 - O teu cabelo tá TÃO girooooooooo!!
Amiga 2 - Não digas nada perdi mais de 2h, ao almoço, para ir ao cabeleireiro.

Casal 1:
Ela - Amanhã tenho que me levantar a que horas mesmo, Amor?
Ele - ...

Casal 2:
Ela - Estou a sentir uma comichão esquisita num sítio estranho.
Ele - ...

Será que as mulheres não conseguem dedicar um minuto do seu tempo ao silêncio?!?!?? Conseguem, mal o lusco-fusco deu lugar à escuridão calaram-se.

Sossego, finalmente. O filme vai começar.

PAMMM! Um clarão de luz invade o meu campo de visão lateral. O idiota do vizinho do lado lembrou-se que agora é o momento ideal para trocar SMS?!?!?

Respiro fundo, começo a minha contagem até 100 em japonês (devo ter falado alto demais porque o idiota olha para mim), dilato as narinas ,ele percebe que estou com ar de poucos amigos, ele volta a olhar para o clarão que sai do telemóvel e faz a gentileza de o guardar no bolso (Thank you very much!SIIIM).

Volto a relaxar. O filme começa numa toada morna e mantém-se nela por algum tempo. A minha companhia começa a afundar-se na cadeira, o sono começa a atacar. O filme aquece, ela entra em sobressalto e aperta-me o braço. O filme volta a ficar morno, ela mantém o braço à volta do meu e encosta a cabeça no meu ombro. O filme re-aquece e ela quase que salta da cadeira levando o meu braço atrás. A cena repete-se mais três ou quatro vezes. O filme termina ela só quer sair da sala o mais rápido possível. Só se volta a acalmar quando, no seu estílo de ofendida, se ri com a minha pergunta: "Então tiraste algumas ideias?" (depois do que li não podia guardar esta boca para mim).

O filme? Mr. Brooks


segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Desafio*





A minha amiga Renascida teve a infeliz ideia de me passar um desafio/corrente, daquelas coisas que eu gosto muito (not). Mas como até estava com a mão na massa (vulgo livro) e não estava muito longe da página em questão resolvi ver o que saía.

O desafio/corrente consiste em:

- pegar no primeiro livro que estiver por perto - "Moderno Dicionário da Língua Portuguesa";

- abrir na página 161 - já que estava na página 159 a tirar uma dúvida de escrita, não custava nada mudar de folha;

- procurar a 5ª frase completa - esta parte foi mais complicada já que tive que contar até cinco;

- transcreve-la para o meu blog - não podia ser só lê-la?!?

- não se pode escolher o livro. Tem de ser mesmo do que estiver mais perto e a 5ª frase da página 161 - acho que dá para ver pelo ponto 1º que não me dei a este trabalho;

- passar o desafio a 5 pessoas - bom esta parte já não faço, pois a minha religião (seja ela qual for) não me permite.


A frase:

"Micogenia, s.f. (do Gr. mýkes+génos) Produção de mucedíneos"

Posto isto vou continuar o que estava a fazer.





* Não quero mais coisas destas, principalmente porque não tem aquela parte final que diz se não passar a 6 milhões de pessoas vou ter direito a séculos de azar ou qualquer coisa assim.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Chamada do Além



Compreender isso... Ou chegar a isto...

Não acredito, nem nunca acreditei na vida depois da morte. Não acredito na possibilidade de comunicação entre aqueles que ainda estão neste mundo e os que já partiram para outra. Por isso, aceito muito mais depressa que me digam que um morto me possa vir puxar os pés durante noite, do que me vá ligar para o telemóvel. Mas não é que esta última hipótese aconteceu mesmo*.

Ontem recebi uma chamada do Além.

11h da manhã o telemóvel toca.


Número não identificado... Quem será?
Ainda com dúvidas se devo ou não atender, olho uma e outra vez para o telemóvel.
Mas que raio - digo para mim - até parece que antes da era das chamadas identificadas ficávamos a pensar se deviamos ou não atender?!? Se estão a ligar para o meu número é porque querem falar comigo.
Resolvida a crise existencial aceito a chamada.

- Sim, bom dia!
- Haam...
- Siiiiim?!?!?
- Haam...
- Bom é melhor desligar que já percebi que ninguém me ouve
- Haam...
- Com licença.
Piiiiiiiiiiiiiiii

11h04 telemóvel volta a tocar, novamente número não identificado (já não entro em crise existencial), atendo ao segundo toque.

- Sim?
- huum...
- Já percebi que deve estar com dificuldades em me ouvir.
- huum...
- Talvez seja melhor procurar outro local que tenha menos interferência.
- huum...
- Vou desligar...
- huum...
Piiiiiiiiii
Chamada difícil esta, mas seja quem for já me está a irritar.

11h11 TRIIIIIMM... TRIIIIIIMM... TRIII... pego no telemóvel já meio passada.

- Siiiiim?????????
- hiim...
- Eh pá, não tenho pachorra para isto vou desligar e já não volto a atender se o telemóvel voltar a tocar.
- hiim...
- Tenha um bom di... (fui interrompida)
-Sim, P. Gira?

Finalmente fez-se som...

- Sim. Quem fala?
- É o C.
- C? Qual C?
- O C, não te lembras?

Fiz uma busca pelo meu hard-disk: C? C?!?!? C. C! C....

-HUUM... Espera aí! O único C que conheci morreu há 5 anos num acidente de carro.
- Pois sou este mesmo**.







ALTO LÁ, PÁRA TUDO.

Olhei para o telemóvel e desliguei. Piiiiiiiiii***
Tirei-lhe o som e não voltei a atender chamadas.

12h - 10 chamadas não atendidas de número não identificado, 11h25, 11h29, 11h33, 11h37, 11h40, 11h42, 11h46, 11h51, 11h54, 11h59...
Desistiu.

12h10 PIRIRU... Recebida 1 Mensagem:

"Porque é que não atendes as chamadas? Preciso falar contigo, atende. C"
Não respondo.

12h40 - Mais 7 chamadas, 12h11, 12h15, 12h18, 12h20, 12h22, 12h26, 12h29...
12h43 PIRIRU... Recebida 1 Mensagem:

"Ok desisto. C"



UFAAAAAA!!!
Resta saber até quando?****



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* Não, eu não estou louca, eu não estou bêbeda, eu não estou sob o efeito de qualquer substância ilícita, nem marquei uma qualquer sessão espírita.

** Há 5 anos, recebi um sms a dizer "Tenho uma má notícia para te dar, o C teve um grave acidente de carro e morreu. J". Horas depois descobri que era tudo mais uma das suas mentiras transloucadas. C fez-se passar por J e enviou a sms do telemóvel de P.

*** Como qualquer brincadeira tem limites e esta ultrapassou todos, depois de uma conversa com a mãe de C em que a aconselhei a procurar acompanhamento médico especializado para ele, estabeleci o meu último contacto com ele: "De todas as mentiras que me contaste ao longo de todo o nosso relacionamento só há uma que eu tenho mesmo pena que não seja verdade, esta última". A partir desta data C morreu mesmo para mim. E como não falo com mortos...

**** Porque será que o passado de quando em vez se lembra de nos voltar a assombrar?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Horas Depois...


Depois de duas horas e meia a andar sem rumo e
de outras tantas a contar até 100 em japonês*,
estou muito mais calma.


* não me perguntei como isso se faz porque não sei dizer o zero, quanto mais o cem ;)

Hoje Apetece-me...


Quando sentires que tudo vai MAL, como se o dia não fosse acabar...
Quando parecer que as coisas NUNCA melhoram...
Olha para o céu, abre os braços e GRITA:


FODASSE!!! PUTA QUE PARIU ESTA MERDA!!!*



* De facto, agora sinto-me muito mais aliviada ;)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Strange People

Há pessoas mesmo estranhas. Que se julgam superiores às outras só porque têm mais idade, mais experiência, mais responsabilidade, mais poder e mais dinheiro.

Há pessoas que se julgam melhores que as outras porque têm melhores trabalhos, melhores carros, melhores presenças.

Por tudo isso, este género de pessoas pensa que pode espezinhar os outros, ofender os outros, maltratar os outros, ignorar os outros.

Para mim estas pessoas são frustradas, infelizes e burras.

Vivem de aparências e de conveniências. São aquilo que lhes convém ser, mas nunca são elas mesmas. Vivem numa realidade forjada. Desiludem-se por cada ilusão que criam e vivem sempre uma ilusão desiludida.

São sanguessugas, vivem na sombra daqueles que idolatram, sempre buscando a luz que os outros projectam. São incapazes de criar a sua própria luz, de desenvolver e mostrar a sua personalidade.

Não tem opinião formada sobre nada, embora tudo o que digam seja com grande convicção. Mudam de ideias tão depressa como pestanejam. Sem darem conta dizem sim ao que anteriormente disseram não e não se lembram disso. O que lhes interessa é o imediato, o aqui e o agora. O que disseram e fizeram há meio minuto é passado e como tal já não é verdade, já não é notícia e já foi esquecido.

Olho para elas e só me apetece fugir. Não têm conteúdo, são ocas de tão vazias e superficiais. Não sabem aproveitar a vida. Vivem sempre preocupadas com o que os outros acham, com o que os outros têm e com o que os outros pensam.

Têm medo de causar má impressão. Têm medo de errar. Têm medo de cair no ridículo e de ser criticadas pelos que são iguais a elas.

Têm medo de tudo e de todos, mas não têm medo do pior: não viver tudo aquilo que querem e que podem; não enfrentar desafios e aventuras novas e revigurantes a cada dia; não ter surpresas nem o prazer de ver alguém surpreendido, alegre e descontraído com um gesto seu, com uma palavra sua ou com um simples olhar.

São das tais pessoas que não conhecem o poder dos sentimentos, que não conhecem o poder dos sentidos, que não conhecem o poder da própria vontade. Não conseguem construir o seu próprio caminho. Não conseguem transformar o mau em bom, nem o mal em bem.

São pessoas estranhas que de dia para dia parecem multiplicar-se à velocidade da luz. Como se existisse alguma coisa no ar que as impossibilita mudar e ver o que a vida pode dar de melhor.

Não quero dizer com isso que para as pessoas que são mais humildes, mais humanas, mais respeitadoras e centradas, a vida só mostra coisas boas (isto é ilusão). Mas, acredito que, abre sempre uma janela, mostrando outra perspectiva, cada vez que algo de mau parece fechar uma porta. Estas pessoas são mais positivas e por isso encaram de uma forma mais natural os percalços da vida. Conseguem concentrar-se naquilo que querem e arranjam alternativas para o conseguir.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mulher Desesperada... A Precisar de Ajuda*




Será?!?!?
Ou devo acreditar no comentário que veio a seguir?

"Há mulheres com sorte !" heehehhheh



* Bem melhor que a revista 'Maria'

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Paixão

Se resistimos às nossas paixões,
é mais pela fraqueza delas que pela nossa força.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Vamos a Banhos?

Como escrevi umas horitas mais cedo, ontem fui à praia.

Para aquele meio mundo que está a pensar, a dizer, ou a pensar dizer que só um louco alinha num programa destes num dia violentamente ventoso, tenho uma coisa a confessar,

Praia + Vento Forte = Combinação Bombástica

E passo a explicar:

De facto o dia de ontem estava para quase tudo menos para banhos de sol e longos mergulhos. Em relação aos mergulhos sou um pouco difícil de agradar (só num paraíso tropical deixo de me queixar da água fria... passo a queixar-me da água quente), quanto aos banhos de sol... bem, se calhar é melhor nem falar.

Continuando...

Como não dava para estar na vida dura das Sopas e Descanso, eu e mais
outra simpática demos corda aos sapatos e deixámo-nos ir ao sabor do vento e da nossa conversa. Claro está que, como grandes tagarelas que somos, sem dar conta já tinhamos passado e muito a Fonte da Telha.




Ela - Nada mal. É a primeira vez que consigo convencer alguém a vir comigo a pé até tão longe.
Eu - Pois, nada mal.

Trocámos um sorriso e continuámos o nosso caminho, a acalmar o espírito e a inspirar as boas vibrações do mar.

Ela - Vamos voltar?
Eu - Sim vamos.

E aqui começou o nosso martírio. O vento de frente, trazia muita areia que fustigava as nossas pernas e dificultava o nosso percurso.

A muito custo lá conseguimos chegar a bom porto, com muita risada pelo meio, muito 'Ai ai, que não aguento mais', muito 'Uiiiiiiiii! A água está gelada', muito 'Já não sinto os músculos das pernas' e muito 'Raios partam o São Pedro'.

Não desistimos, resistimos até ao fim e as nossas mais de 3 horas de esforço tiveram as suas recompensas.

- Desanuviámos a cabeça e o corpo do stress, neuras e preocupações acumulados;

- Conversámos, rimos muito, ouvimos o mar e deixámos o esforço físico invadir os nossos poros;




- Apreciámos as belas manobras do Kitesurf. Por acaso vimos alguns mesmo bons (mas faltou a máquina).
Quando for grande quero um homem que aprenda a dominar a minha rebeldia, aprecie o meu mau feitio e aprenda a lidar com as minhas manias com a perícia, a segurança, a força e a paixão com que os kitesurfers resistem ao vento e voam em liberdade sempre tendo o mar como guia. Essa é que é essa (momento lamecho-romântico, esperem lá que já volto ao meu registo);

- Reposémos energias e calorias (sem dúvida uma das melhores partes).
Refrescámo-nos com um divinal sumo de morango, saboreámos uma deliciosa refeição e lambuzámo-nos no bolo de chocolate que desapareceu em três tempos;


Um final de tarde que se fez curto, pois o sol era passado e o vento ainda estava longe de acalmar, mas que a temperatura no interior do carro ainda conseguiu prolongar.

Praia + Vento Forte + Caminhada + Conversa Animada+
+ Kitesurf + Energias e Calorias Repostas = Dia Bem Passado


O Que É Que Vim Mesmo Aqui Fazer?!?!?

Estou desde as dez da noite para vir aqui escrever qualquer coisa, sobre qualquer coisinha, que devia ser importante, mas agora, com certeza, já não é, porque não me lembro do que era (nem me vou esforçar para descobrir isso).

Só que, sempre que penso em efectuar o login, surge algo que se sobrepõe a esta tarefa.

Ou recebo uma chamada, ou efectuo uma, ou ando em trocas de sms, ou ando a fazer tudo isto ao mesmo tempo e ainda à conversa via msn com pessoas e temas completamente dispares (felizmente nós mulheres somos multitask).

Mas é natural que agora, à meia-noite e meia, quase uma hora (e pela minha lentidão sou capaz de chegar até às duas sem nada escrito)*, não vá sair nada de jeito daqui. Já que o dia hoje foi puxadote e estou que nem posso, doi-me o corpo todo e a minha cabeça já deixou de raciocinar.

Mesmo assim vou-me esforçar.

Então cá vai:


...


...


Hoje (melhor dizendo, ontem) fui à praia.


...


...


Já está. Tenho dito.

Agora vou dormir que o meu mal é sono.


* São 1h30, nada mau, ainda fiz um bom tempo :D

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Procura Vã

Em cada corpo que me possui procuro algo que sinto estar perdido em mim. Em cada cama que sinto como estranha (porque realmente o é), em cada encontro furtuito, em cada gesto premeditado e muitas vezes mal disfarçado de intimidade, carinho, desejo e prazer.

Procuro algo que já não sou, algo que fui em tempos (talvez... não sei...), mas que as circustâncias da vida (boas ou más) se encarregaram de transformar.

Procuro em vão e nada mais encontro do que o vazio crescente de sentimentos. Viver o passado, viver do passado e viver com o passado não traz nada de novo à vida e apresenta-se sem conteúdo.

Saudades

Tenho saudades de muito daquilo que fui e que nos últimos anos perdi.

Perdi a capacidade de me deixar levar pelo sentimento, pela doce melodia que as palavras de amor trazem à vida. Não me deixo aquecer com um toque terno e carinhoso e não me consigo perder num abraço profundo, cheio de sentimento, desejo e saudade.

Tenho saudades de me perder e de me encontrar, de sentir e de explorar o desejo e o prazer num toque, num beijo e num abraço dado ou recebido. Não me lembro como isso de faz. Não me lembro quando tive vontade de agir assim, sem pensar se estou no momento certo.

Perdi a espontaneadade de demonstrar o que sinto, quando, onde e como me apetece. Sinto que a minha mente controla constantemente a minha emoção e não me deixa seguir livremente os meus sentimentos.

Tornei-me fria e calculista. Limitei ao máximo a possibilidade de correr riscos. Aceito o que me dão sem contestar, mesmo que não seja o que procuro. Entrego-me a uma noite de sexo e prazer imediato em busca de outro sentimento mais forte, mas o que encontro no fim é um vazio cada vez maior que me enche o peito.

Já não sinto o meu corpo ligado aos meus sentimentos, não lhe dou o valor devido, porque perdi qualquer interesse nele. Perdi a vontade de o ver seduzir, vezes sem conta, outro corpo. Perdi a vontade de o sentir e ver estremecer de prazer e de fome de prazer por outro corpo.

Prefiro dar o que os outros querem, do que dar aquilo que tenho para dar. E é muito, porque sei que não perdi a capacidade de amar. Não perdi a capacidade de dar e sentir amor e de dar e sentir prazer. Perdi sim, a capacidade de acreditar que o posso dar e receber nas mesmas condições, de acordo com aquilo que quero e sinto.

Tenho saudades de acreditar na possibilidade de viver momentos de verdadeira paixão com um homem, sem ser somente na entrega dos nossos corpos. Mas sim, numa conversa, no silêncio da cumplicidade e da intimidade, num passeio, num abraço ou numa qualquer manifestação de carinho. Numa troca de olhares, num sorriso, num toque de mãos, num cheiro, num embalo de uma música, numa dança, num bater sincronizado dos corações e num respirar compassado envoltos em serenidade.

Amizade, amor respeito, cumplicidade, desejo, intimidade, vontade e avontade num silêncio e numa conversa franca em que expomos os nossos sentimentos sem receios, nem barreiras, sem limites nem fronteiras para o sofrimento, a dor e o tormento, que um possível fim possa causar.

Tirar lições, guardar desilusões, sem perder a capacidade de dar sem nada pedir e receber sem nada exigir. Sorrir quando apetece chorar. Ficar quando apetece fugir. Enfrentar, lutar, esquecer sem nada apagar. Mas não deixar de querer dar e receber amor.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Fecha-se Um Ciclo (Parte 2)



Os nervos foram mais que muitos.

Quando subimos ao palco e me passaram o microfone para as mãos parecia que estava no epicentro de um brutal terramoto.

Tudo tremia: pernas, mãos, voz. Não sei como consegui permanecer de pé, abrir a boca e falar (ler) durante cinco minutos. Para além de ainda tentar esboçar um sorriso para a mesa de júri, passar a palavra à minha colega e, claro está, respirar.

Foi um mau começo, há muito que não ficava assim, quase sem reacção. Mas o final até foi bastante feliz, alcançámos o objectivo proposto: ficar em primeiro lugar.

Apesar de ser uma vitória sem prémio, serve para calar a voz daquele que nos disse: vocês encontram-se em desvantagem, porque "uma equipa só de mulheres não ganha".


equipa essência


As 'essência' mostraram que fazem todo o Sentido.
Assim se fecha o ciclo.